Os principais desafios do Santos na Série B: redução drástica nas receitas, elenco inchado e calendário enxuto

Andres Rueda, presidente do Santos, é um dos principais responsáveis pela queda

Por Trago Verdades em 09/12/2023 às 11:18:33

O Santos deixou o grupo de clubes que nunca foram rebaixados no Campeonato Brasileiro e disputará a Série B pela primeira vez na próxima temporada – agora, entre os gigantes, apenas Flamengo e São Paulo nunca desceram de divisão. Na maioria das vezes, os grandes times costumam mostrar força e retornam à elite do futebol logo no ano seguinte. Os rivais paulistas Palmeiras (2003 e 2013) e Corinthians (2008), por exemplo, conseguiram este feito. Mais recentemente, por outro lado, Vasco e Cruzeiro não buscaram o acesso na primeira tentativa e precisaram jogar a "Segundona" por dois anos. No caso do Peixe, pensando em 2024, alguns fatores podem deixar os santistas com o sinal de alerta ligado. Fora disputar um torneio competitivo, a equipe da Baixada tem um orçamento limitado e não deve ter a Vila Belmiro à disposição. Abaixo, as dificuldades enfrentadas pelo Alvinegro praiano na próxima temporada.

Dificuldade para cumprir o orçamento

Andres Rueda, presidente do Santos, é um dos principais responsáveis pela queda

Cerca de uma semana antes do rebaixamento ser sacramentado, a diretoria o Santos aprovou o orçamento para 2024. Nele, o clube projetava uma receita de R$ 394 milhões, quantia que dificilmente será alcançada. Com a queda, o clube sofrerá uma redução drástica nas cotas de televisão, consideradas importantíssimas para qualquer agremiação do futebol nacional. A título de comparação, os valores devem cair de cerca de R$ 100 milhões para apenas R$ 11 milhões. Além disso, o Peixe está fora da Copa do Brasil e das competições sul-americanas, perdendo bonificação em premiações e rendas de jogos grandes. Para piorar, a gestão do presidente Andrés Rueda já antecipou R$ 30 milhões dos R$ 40 milhões que o Alvinegro praiano tem direito por participar do Paulistão 2024. Por fim, a disputa da Série B impacta até no valor dos jogadores. A diretoria santista gostaria de arrecadar R$ 134 milhões com negociações, mas deve ver seus atletas desvalorizarem depois do resultado esportivo deste ano – Marcos Leonardo e Joaquim são os únicos em alta no mercado da bola.

Necessidade de reformular o elenco

Mendoza durante partida do Santos contra o Rb Bragantino

Mendoza durante partida do Santos contra o RB Bragantino

Ao mesmo tempo em que terá dificuldades para cumprir o orçamento, o Santos precisará promover uma grande reformulação em seu elenco. Com uma das folhas salarias mais altas do futebol brasileiro, o Peixe terá que vender ou emprestar jogadores para não ficar ainda mais sufocado – atualmente, a dívida total do clube supera a casa dos R$ 600 milhões. Sem verba para arcar com rescisões e precisando de um time competitivo para disputar as únicas duas competições da temporada (Estadual e Série B), é possível que alguns atletas sirvam como "moeda de troca". Steven Mendoza e Morelos devem puxar a barca de saídas. As permanências de Lucas Lima e Yeferson Soteldo também são incertas.

Vila Belmiro em obras

Torcedores invadiram a Vila Belmiro na manhã desta quinta-feira, 7

Torcedores queimaram carros nos arredores da Vila Belmiro após o rebaixamento

O estádio do Santos, é verdade, não foi crucial nesta reta final de Campeonato Brasileiro. Nas últimas quatro rodadas, o Peixe somou apenas dois pontos em casa e acabou amargando o rebaixamento justamente na Vila Belmiro. Historicamente, entretanto, o local é conhecido como um "alçapão", sendo um pesadelo para os rivais, que sofrem com a proximidade dos torcedores. O problema é que o time santista não poderá contar com o estádio no ano que vem. Em setembro, o clube e a WTorre assinaram um acordo para a construção da Nova Vila Belmiro, em projeto similar ao do Allianz Parque. Desta forma, a equipe terá que se adaptar a uma casa provisória, ainda indefinida. Reformado, o Pacaembu é considerado como uma das alternativas. O mesmo vale para o Canindé, da Portuguesa, ou o Ulrico Mursa, da Portuguesa Santista.

Série B competitiva

Em meio ao árduo trabalho de reformular o plantel com pouca margem financeira, o Alvinegro irá encarar uma Série B competitiva. Para o ano que vem, é verdade, o Santos será o único time entre os 12 grandes que disputará a 2ª Divisão. O torneio, porém, terá equipes que contam com um bom aporte financeiro. Este, por exemplo, é o caso de Coritiba e América-MG, que se tornaram SAFs (Sociedade Anônima do Futebol) recentemente e devem contar com um bom aporte financeiro para retornar à primeira prateleira do futebol. Já Sport, Guarani, Goiás e Ceará são clubes tradicionais e que vivem incomodando com boas campanhas. Neste ano, Vila Nova e Mirassol também mostraram poder e entraram na briga pelo acesso. Desta forma, o gigante paulista não poderá relaxar diante de adversários de bom nível.

Fonte: Jovem Pan

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