Interferindo na autonomia federativa, AGU defende que STF derrube lei de Tarcísio que perdoou multas da pandemia

Governo de São Paulo afirmou que cobrança de multas sobrecarregaria estrutura administrativa

Por Trago Verdades em 12/12/2023 às 00:35:30

Foto: Marcelo S. Camargo/Governo de SP

A Advocacia-Geral da União (AGU) pede que o Supremo Tribunal Federal (STF) declare como inconstitucional uma lei sancionada pelo governo Tarcísio de Freitas que anistiou as multas aplicadas durante a pandemia de Covid-19. Uma ação sobre a pauta já havia sido apresentada pelo Partido dos Trabalhadores (PT) na Suprema Corte. A proposta foi sancionada pelo governo do Estado em novembro e teria como um dos beneficiados o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), quem devia quase R$ 1 milhão em multas, mas acabou pagando a dívida na mesma época em que o projeto foi protocolado.

A AGU concordou com o argumento do PT de que a medida contraria o direito à saúde e que fragiliza o poder do Estado, legitimando os "lamentáveis episódios" de quem contrariou as normas sanitárias. De acordo com o governo de São Paulo, insistir em cobrar as multas iria "sobrecarregar a estrutura administrativa" e agravar os efeitos econômicos causados pela pandemia.

"Ao optar por um modelo de leniência geral e incondicionada para beneficiar infratores de medidas sanitárias (independentemente da gravidade do ato infracional, do caráter reiterado da conduta ou de qualquer outro dado contextual), o Estado de São Paulo – longe de promover qualquer tipo de desenvolvimento social – incorreu em atitude contrastante como dever de proteção da saúde pública. No particular, não há dúvidas de que a norma sob invectiva enfraquece o poder de polícia do governo local e cria uma diretriz governamental condescendente com a impunidade e com o descumprimento de regras impostas a toda coletividade", aponta trecho da manifestação.


Fonte: Jovem Pan

Comunicar erro

Comentários