Mesmo que a possibilidade do Brasil se envolver no conflito entre Venezuela e Guiana na disputa pelo território de Essequibo seja remota, atores polĂticos e militares consideram que o momento requer cautela e tĂȘm retomado as reivindicações por maior financiamento para as Forças Armadas. Em entrevista à Jovem Pan News, o oficial da reserva Robson Farinazo, fez um retrospecto e destacou que a gestão da presidente Dilma Rousseff foi a que mais investiu nos militares: "Nós dependemos completamente da indĂșstria de defesa no exterior. Se um paĂs no dia de amanhã se negar a vender insumos ou material de reparo e reposição para os itens que temos no Brasil, a gente estĂĄ em uma situação difĂcil. A gente importa carros de combate e uma série de outros itens que não são apropriados para um paĂs com as dimensões e riquezas do Brasil". Neste ano, o senador Carlos Portinho (PL) apresentou uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que prevĂȘ um aumento do repasse anual às Forças Armadas para até 2% do PIB (Produto Interno Bruto). Atualmente, este valor é de cerca de 1,3%.
O parlamentar argumenta que o valor estipulado pela chamada PEC das Forças Armadas é o recomendado pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e que esta deve ser uma polĂtica mantida em outros governos. "O que a gente pretende é que haja uma progressão do aumento de investimentos, até que ele chegue, no próximo governo, transpassando esse e alcançando o próximo, no percentual de 2%. Isso garante uma previsibilidade. O Brasil tem que pagar pelo caças Gripen que ele comprou e estão atrasados", afirmou Portinho. A matéria tem certo consenso entre parlamentares governistas e de oposição. Além disso, a proposta é bem vista pelo ministro da Defesa, José MĂșcio Monteiro, e pelo lĂder do PT no Senado, Jaques Wagner. O texto, que tramita na Comissão de Constituição e Justiça, deve ter relatoria do senador Renan Calheiros (MDB).
Fonte: Jovem Pan