Nesta quinta-feira, 18, o Paquistão atacou alvos do Irã com um bombardeio em retaliação aos bombardeios inéditos impostos pelo regime iraniano contra o país há dois dias.
O Irã disse que ao menos nove pessoas morreram, quatro crianças e três mulheres. O ataque aprofunda a crise na região. A instabilidade aumentou com a guerra entre Israel e Hamas que começou em 7 de outubro, quando o grupo terrorista invadiu o país israelense e matou 1,2 mil pessoas e sequestrou outras 240.
O Paquistão e o Irã têm histórico de relações conturbadas. A invasão paquistanesa representa a intrusão fronteiriça de maior visibilidade entre os dois países nos últimos anos, segundo especialistas consultados pelo jornal Folha de S.Paulo.
Paquistão disse que bombardeios no Irã foram "precisos e altamente coordenados"
Os militares do Paquistão usaram drones e foguetes contra alvos identificados por seu setor de inteligência. Eles disseram que os alvos eram integrantes dos grupos separatistas Frente de Libertação do Baluchistão e Exército de Libertação do Baluchistão, que estariam escondidos no Irã.
O Ministério das Relações Exteriores do Paquistão disse que os bombardeios foram "precisos e altamente coordenados". E que terminaram com o "vários terroristas" mortos.
"O único objetivo foi a busca da própria segurança do Paquistão, que é primordial e não pode ser comprometida", disse em nota. O governo paquistanês também disse que "respeita totalmente a soberania e a integridade territorial" do Irã.
Uma autoridade das forças de segurança paquistanesas disse à agência Reuters que, horas depois do ataque, os militares estavam em "alerta extremamente alto" e preparados para qualquer "desventura" dos iranianos. O Paquistão possui cerca de 170 ogivas nucleares.
O Paquistão e o Irã costumam se acusar com frequência de permitir que grupos paramilitares atuem em seus territórios, mas é raro que oficiais de um dos lados entrem no território vizinho.
Fonte: Revista Oeste