A PolĂcia Federal (PF) informou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que investigações preliminares sugerem a existĂȘncia de um esquema de "rachadinha" - repasse de salĂĄrio de funcionĂĄrios - no gabinete do deputado federal André Janones (Avante-MG).
A informação consta em um relatório enviado ao ministro Luiz Fux, do STF, que abriu o inquérito para investigar o deputado.
"As diligĂȘncias concluĂdas até o momento sugerem a existĂȘncia de um esquema de desvio de recursos pĂșblicos no gabinete do deputado federal André Janones", diz o relatório.
Conforme a PF, apesar de os assessores de Janones negarem qualquer esquema, é necessĂĄrio aprofundar as investigações devido às "discrepâncias"; nos depoimentos.
"A anĂĄlise conjunta das declarações obtidas nas oitivas com o conteĂșdo dos ĂĄudios [e com as diligĂȘncias empreendidas] revela uma série de inconsistĂȘncias e contradições", continuou a polĂcia. "Embora os assessores neguem envolvimento no esquema de "rachadinha", as discrepâncias em seus depoimentos evidenciam a necessidade de um aprofundamento nas investigações."
A PF solicitou também a quebra do sigilo bancĂĄrio e fiscal do parlamentar e de seus assessores. Contudo, é o ministro relator quem decidirĂĄ se autoriza o pedido.
Instaurado em dezembro de 2023 por Fux, o inquérito atendeu a um pedido da Procuradoria Geral da RepĂșblica, que indicou que as condutas podem ser enquadradas nos crimes de: peculato, associação criminosa, concussão e continuidade delitiva.
Janones diz que segue "confiante"
Em nota divulgada no X/Twitter, o parlamentar disse que recebeu com "estranheza" o pedido da PF para quebrar seus sigilos bancĂĄrio e fiscal. "Eu jĂĄ os coloquei à disposição desde o inĂcio das investigações, e, até hoje, não fui sequer ouvido", escreveu Janones.
"Mais estranho ainda é apontarem como 'suspeito', um depósito feito quando nenhum dos assessores investigados trabalhavam mais em meu gabinete", continuou o deputado. "Como eles devolviam salĂĄrio trĂȘs anos após serem exonerados?"
Por fim, o parlamentar disse que segue "absolutamente confiante" de que serĂĄ "absolvido".
"Eu não devo, quem deve são os bolsonaros [em referĂȘncia a famĂlia do ex-presidente Jair Bolsonaro], que recorreram até a Ășltima instância para não terem seus sigilos quebrados, e até hoje não justificaram como conseguiram comprar 70 imóveis em dinheiro vivo. Ao final, a verdade prevalecerĂĄ, tanto aqui quanto lĂĄ! Eu creio", finalizou.
Fonte: Revista Oeste