El Salvador: Bukele, presidente reeleito neste domingo, conseguiu reduzir a criminalidade do país

Sobre os encontros com o presidente brasileiro: "Lula jamais me mencionou o tema segurança"

Por Trago Verdades em 05/02/2024 às 19:15:24

Reprodução/Instagram/nayibbukele

O presidente reeleito de El Salvador, Nayib Bukele, disse que conversou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva algumas vezes, mas que nunca conversaram sobre segurança pública. O salvadorenho prestou entrevista coletiva à imprensa depois do resultado da eleição, neste domingo, 4.

Bukele tem como sua principal bandeira política a segurança pública. Ele foi reeleito com 83% dos votos no primeiro turno, depois de conseguir reduzir os índices de violência de El Salvador. Localizado na América Central, o país já foi considerado o mais perigoso do mundo.

Em resposta a jornalistas, inclusive estrangeiros, ele disse que o Brasil tem "muitos problemas" na segurança pública. "Falei algumas vezes com o presidente Lula, mas ele nunca mencionou a questão da segurança pública para mim", respondeu. "Imagino que ele tenha a própria forma de abordagem e de lidar com a situação."

Bukele reduziu a criminalidade

O presidente de El Salvador é considerado referência para setores de direita na América Latina. Ele ficou conhecido depois que implementou diversas políticas de combate à criminalidade.

O país chegou a ter índice de 106 pessoas assassinadas a cada 100 mil habitantes, no Brasil, por exemplo, a taxa é de 25,7 homicídios por 100 mil habitantes. Ele disse que falta "vontade política" nos demais países para resolver o problema.

"Atacar o crime tem muitas consequências", disse Bukele. "Mas a primeira, para um sócio dos criminosos, é que ele perde o negócio. Tem que ser [eleito] alguém que não se preocupa com criminosos, que não se importa com a economia criminosa, que esteja disposto a quebrar a economia do crime e colocar os criminosos na prisão para que isso [criminalidade] possa ser resolvido."

Entre as políticas públicas adotadas por Bukele está a adoção de um Estado de exceção, que tem sido renovado pelo Parlamento há dois anos. O presidente também lançou um pacote com as seguintes medidas:

  • suspensão do direito de associação e reunião;
  • interrupção da inviolabilidade das comunicações; e
  • privação do direito dos cidadãos de serem imediatamente informados sobre o motivo de eventuais detenções.

Ele também promoveu um encarceramento em massa, com cerca de 2% da população presa. São 100 mil salvadorenhos detidos em um país com 6 milhões de habitantes. Organizações internacionais, como a Anistia Internacional, criticam o governo de El Salvador por supostamente violar os direitos humanos.

Questionado sobre se as medidas de seu governo funcionariam em outros países, Bukele disse que servem de exemplo.

"A receita de El Salvador pode ser aplicada com "copia e cola" em outro país do mundo? Duvido", explicou o presidente. "Mas o exemplo de El Salvador pode servir. Que um país tão pequeno, tão pobre como El Salvador esteja solucionando seus problemas com vontade política e apoio do povo? Sim. E por isso esse exemplo se aplica ao Brasil e a qualquer país do mundo."


Fonte: Revista Oeste

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