O silêncio de Lira e Pacheco em relação às ofensas de Lula a Israel

Ao calarem-se, chefes do Legislativo endossam as palavras do petista ofendendo o povo judeu

Por Trago Verdades em 19/02/2024 às 18:51:41

Os chefes do Legislativo brasileiro não se pronunciaram | Foto: Ricardo Stuckert

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e o presidente do Senado Federal e do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ainda não se pronunciaram sobre a fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em relação a Israel. O espaço segue aberto para eventuais manifestações dos chefes do Legislativo.

No domingo, 18, o presidente Lula comparou as ações de Israel na Faixa de Gaza com o Holocausto, em declarações feitas a jornalistas em Addis Ababa, capital da Etiópia. A fala do petista recebeu elogios públicos por parte do grupo terrorista Hamas.

"O que está acontecendo na Faixa de Gaza e com o povo palestino não existiu em nenhum outro momento histórico", declarou o presidente brasileiro. "Aliás, existiu, quando Hitler resolveu matar os judeus", disse o petista na ocasião.

Mais cedo, Eduardo Ribeiro, presidente nacional do Partido Novo, cobrou um posicionamento dos presidentes dos Poderes Judiciário e Legislativo. O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, também não se manifestou sobre as declarações de Lula.

Parlamentares da oposição decidiram apresentar um pedido de impeachment contra o presidente Lula na Câmara. Até o momento, 91 deputados já assinaram o pedido.

Declaração de Lula gera revolta

Benjamin Netanyahu
Benjamin Netanyahu afirmou que a declaração de Lula "cruzou uma linha vermelha" | Foto: Reprodução/Twitter/X/@netanyahu

Instituições ligadas a Israel condenaram o discurso de Lula. Em nota, o Instituto Brasil-Israel afirmou que a declaração do petista "é um erro grosseiro, que infla tensões e mina a credibilidade do governo brasileiro".

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, também comentou as declarações do presidente brasileiro. Para ele, Lula "cruzou uma linha vermelha" e "banalizou" o Holocausto. Netanyahu ainda convocou o embaixador brasileiro em Israel, Frederico Mayer, para uma reprimenda.

Israel Katz, ministro das Relações Exteriores de Israel, informou que o presidente Lula é persona non grata no país. "Não esquecemos nem perdoaremos", escreveu o chanceler israelense. "Em meu nome e em nome dos cidadãos de Israel, diga ao presidente Lula que ele é persona non grata em Israel até que retire o que disse."

Depois das declarações, o governo brasileiro chamou de volta nesta segunda-feira, 19, Frederico Mayer, para realizar "consultas". Com o retorno do embaixador em Israel, fica mais distante uma possível solução diplomática entre o Brasil e o país.




Fonte: Revista Oeste

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