Um dos principais conselheiros do primeiro-ministro de Israel Benjamin Netanyahu, Ophir Falk, disse que o governo israelense espera uma retratação do presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva.
Falk fez a declaração na manhã desta segunda-feira, 19, à CNN em Jerusalém. No último domingo, 18, Lula disse que "o que está acontecendo na Faixa de Gaza e com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu: quando o Hitler resolveu matar os judeus", afirmou o petista.
Por causa da declaração, Israel considerou Lula como uma persona non grata ("pessoa indesejada" em latim) e o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse que convocou o embaixador brasileiro em Israel, Frederico Duque Estrada Meyer, para "uma dura conversa de repreensão".
Primeiro-ministro de Israel diz que Lula banalizou o Holocausto
"Ele deve se retratar", disse Falk. "A declaração não tem qualquer conexão com a realidade. Ele deveria ter vergonha do que disse." Segundo o conselheiro, a expectativa é de que o embaixador do Brasil em Israel dê explicações ainda hoje em conversa no Ministério das Relações Exteriores.
"Queremos esclarecer e entender a declaração de Lula", disse Ophir Falk. Ele não respondeu à emissora se a crise pode se transformar em um rompimento de relações diplomáticas. "Temos muito apoio do Brasil e dos brasileiros", disse Falk. "Queremos manter isso."
Jonathan Peled, embaixador e diretor-geral adjunto para América Latina e Caribe do Ministério das Relações Exteriores de Israel, também disse esperar uma retratação de Lula.
"Esperamos que Lula se corrija", disse Peled. O diplomata foi questionado sobre a hipótese de uma não retratação de Lula. "É muito fácil romper algo que se demorou anos a construir", disse Peled. "Mas sou um diplomata. Temos que racionalizar e condenar a declaração e depois veremos de que maneira podemos dialogar."
Netanyahu respondeu às declarações de Lula no último domingo, 18, por meio do Twitter/X. "As palavras do presidente do Brasil são vergonhosas e graves", disse o primeiro-ministro de Israel. "Trata-se de banalizar o Holocausto e de tentar prejudicar o povo judeu e o direito de Israel se defender. Comparar Israel ao Holocausto nazista e a Hitler é cruzar uma linha vermelha."
Fonte: Revista Oeste