STF autoriza quebra de sigilos fiscal e bancário de Janones por suspeita de rachadinha

Decisão dá continuidade à investigação sobre um possível esquema de desvio de recursos públicos no gabinete do parlamentar

Por Trago Verdades em 21/02/2024 às 17:17:41

Foto: Reprodução Twitter

O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a quebra do sigilo bancário e fiscal do deputado André Janones (Avante-MG), de assessores e de ex-assessores. A informação é de O Globo.

A decisão dá continuidade a uma investigação sobre um possível esquema de desvio de recursos públicos no gabinete do parlamentar, conhecido como "rachadinha".

O pedido de quebra foi feito pela Polícia Federal (PF) ao STF e teve aval da Procuradoria-Geral da República (PGR).

O deputado disse a assessores, em mensagem de áudio divulgada na imprensa, que parte deles teria de devolver uma quantia do salário para abater um prejuízo na campanha eleitoral de 2016.

Em dezembro, lembra O Globo, Fux autorizou, a pedido da PGR, abertura de um inquérito para investigar a suposta rachadinha.

A PF afirmou que "as diligências concluídas até o momento sugerem a existência de um esquema de desvio de recursos públicos no gabinete do deputado André Janones".

"A análise conjunta das declarações obtidas nas oitivas com o conteúdo dos áudios [e com as diligências empreendidas] revela uma série de inconsistências e contradições", prosseguiu a entidade, sobre o que vê como inconsistências nos depoimentos prestados por servidores do deputado.

"Embora os assessores neguem envolvimento no esquema de 'rachadinha', as discrepâncias em seus depoimentos evidenciam a necessidade de um aprofundamento nas investigações", prossegue a PF.

"Afinal, é crucial considerar que todos os assessores investigados ainda mantêm vínculos com o deputado André Janones, dependendo de seus cargos ou para a sua sobrevivência política ou para a sua subsistência."

Segundo os policiais federais, para "investigar adequadamente esse tipo de conduta, deve-se rastrear o fluxo financeiro e analisar o patrimônio dos suspeitos".

"Nesse contexto, o afastamento do sigilo bancário e fiscal se torna um passo essencial, pois possibilita um exame minucioso das transações financeiras e dos bens que possam ter vínculos com as práticas ilícitas em questão."

Exemplo de inconsistência levantado pela PF

Luiz Fux
Ministro Luiz Fux diz que pedido da PF está devdamente fundamentado | Foto: Felipe Sampaio/SCO/STF

A PF cita, como exemplo de inconsistência, o depoimento de Alisson Alves, um dos servidores que aparecem nas gravações.

À polícia, Alisson disse que nunca devolveu parte do salário e que, na época das gravações, mentiu para que o colega não pedisse dinheiro emprestado.

A PF, diz o jornal, ficou intrigada com o fato de, apesar da negativa, ele ter afirmado que sacava todo mês R$ 4 mil em espécie com frequência.

Desta maneira, o vice-procurador-geral da República, Hindenburgo Chateaubriand, considera a medida adequada.

"No caso, como os elementos de informação já reunidos apontam concretamente para a participação dos investigados no esquema de desvio de recursos públicos e recepção de vantagem indevida, não há dúvida quanto à necessidade do afastamento dos respectivos sigilos bancário e fiscal", escreveu. Fux, de acordo com O Globo, afirmou na decisão que o pedido da PF está "devidamente fundamentado, indicando as razões por que a medida se revela necessária nesta fase da investigação".





Fonte: Revista Oeste

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