A Polícia Federal (PF) indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro no caso de suposta adulteração de seu cartão de vacinação. De acordo com o g1, o indiciamento se deu pelos crimes de associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema público.
Além do ex-presidente, o tenente-coronel Mauro Cid, o deputado federal Gutemberg Reis (MDB-RJ) e outras 13 pessoas estão na lista de indiciados pela PF, informou o portal.
Com o indiciamento, o Ministério Público Federal (MPF) vai decidir se denuncia Bolsonaro ou arquiva o inquérito.
A pena para o crime de associação criminosa é de um a três anos de prisão e para o de inserção de dados falsos em sistema de informações, de dois a 12 anos.
O advogado de Bolsonaro, Fabio Wajngarten, criticou o vazamento da informação à imprensa antes que a própria defesa tenha sido intimada sobre o indiciamento. "Vazamentos continuam aos montes, ou melhor, aos litros. É lamentável quando a autoridade usa a imprensa para comunicar ato formal que logicamente deveria ter revestimento técnico e procedimental ao invés de midiático e parcial", escreveu.
Vazamentos continuam aos montes ou melhor aos litros.
— Fabio Wajngarten (@fabiowoficial) March 19, 2024
É lamentável quando a autoridade usa a imprensa para comunicar ato formal que logicamente deveria ter revestimento técnico e procedimental ao invés de midiático e parcial. pic.twitter.com/d4WeulpgYc
Veja a lista de indiciados pela Polícia Federal:
O cartão de vacinação de Bolsonaro
Os detalhes da investigação da Polícia Federal que levaram ao indiciamento de Bolsonaro ainda não foram divulgados. O inquérito foi aberto para apurar uma dose da vacina contra a covid-19 registrada no cartão de vacinação de Bolsonaro. A dose teria sido aplicada em 19 de julho de 2021, na unidade básica de saúde (UBS) Parque Peruche, em São Paulo. Documentos demonstraram que, nessa data, Bolsonaro estava em Brasília.
Além disso, o lote da vacina Janssen inscrito no cartão do ex-presidente nem tinha sido fabricado naquela data (só seria produzido em 21/10/2020). Esse dado da imunização em julho em São Paulo que foi inserido no VaciVida, sistema de vacinação do Estado de São Paulo, em 14/12/2021. O caso foi analisado pela Controladoria-Geral da União (CGU), que recomendou o arquivamento da investigação.
As duas outras doses registradas no cartão de vacinação de Bolsonaro foram nos dias 13 de agosto e 14 de outubro de 2022, em Duque de Caxias (RJ).
Ainda assim, com base na investigação preliminar da Controladoria-Geral da União, a Polícia Federal — com ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) — deflagrou uma operação em maio do ano passado para prender o tenente-coronel Mauro Cid e outras seis pessoas. Também foi cumprido mandado de busca e apreensão na casa do ex-presidente.
Falso cartão de vacina de Bolsonaro usou e-mail com nome de Lula
De acordo com o boletim de ocorrência registrado pelo município na época, a ficha de vacinação contém o e-mail com o nome "[email protected]". O CPF, o nome e a data de nascimento do ex-presidente preenchidos na ficha estão corretos, mas o ano de nascimento de Bolsonaro está errado.
Segundo a prefeitura, a utilização de um e-mail com o nome de Lula chamou atenção.
Com informações da Revista Oeste