PF de Lula indicia Bolsonaro por cartão de vacina, onde ele foi a vítima da fraude

Ministério Público Federal (MPF) é quem vai decidir se denuncia Bolsonaro ou arquiva o inquérito

Por Trago Verdades em 19/03/2024 às 14:20:42

SERGIO LIMA/AFP/Getty Images

A PolĂ­cia Federal (PF) indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro no caso de suposta adulteração de seu cartão de vacinação. De acordo com o g1, o indiciamento se deu pelos crimes de associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema pĂșblico.

Além do ex-presidente, o tenente-coronel Mauro Cid, o deputado federal Gutemberg Reis (MDB-RJ) e outras 13 pessoas estão na lista de indiciados pela PF, informou o portal.

Com o indiciamento, o Ministério PĂșblico Federal (MPF) vai decidir se denuncia Bolsonaro ou arquiva o inquérito.

A pena para o crime de associação criminosa é de um a trĂȘs anos de prisão e para o de inserção de dados falsos em sistema de informações, de dois a 12 anos.

O advogado de Bolsonaro, Fabio Wajngarten, criticou o vazamento da informação à imprensa antes que a própria defesa tenha sido intimada sobre o indiciamento. "Vazamentos continuam aos montes, ou melhor, aos litros. É lamentĂĄvel quando a autoridade usa a imprensa para comunicar ato formal que logicamente deveria ter revestimento técnico e procedimental ao invés de midiĂĄtico e parcial", escreveu.


Veja a lista de indiciados pela PolĂ­cia Federal:

  • Jair Messias Bolsonaro, ex-presidente da RepĂșblica;
  • Mauro Barbosa Cid, coronel do Exército e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
  • Gabriela Santiago Cid, esposa da Mauro Cid;
  • Gutemberg Reis de Oliveira, deputado federal (MDB-RJ);
  • Luis Marcos dos Reis, sargento do Exército que integrava a equipe de Mauro Cid;
  • Farley Vinicius Alcântara, médico que teria emitido cartão falso de vacina para a famĂ­lia de Cid;
  • Eduardo Crespo Alves, militar;
  • Paulo Sérgio da Costa Ferreira;
  • Ailton Gonçalves Barros, ex-major do Exército;
  • Marcelo Fernandes Holanda;
  • Camila Paulino Alves Soares, enfermeira da prefeitura de Duque de Caxias;
  • João Carlos de Sousa Brecha, então secretĂĄrio de Governo de Duque de Caxias;
  • Marcelo Costa Câmara, assessor especial de Bolsonaro;
  • Max Guilherme Machado de Moura, assessor e segurança de Bolsonaro;
  • Sergio Rocha Cordeiro, assessor e segurança de Bolsonaro;
  • ClĂĄudia Helena Acosta Rodrigues da Silva, servidora de Duque de Caxias;
  • Célia Serrano da Silva.

O cartão de vacinação de Bolsonaro

Os detalhes da investigação da PolĂ­cia Federal que levaram ao indiciamento de Bolsonaro ainda não foram divulgados. O inquérito foi aberto para apurar uma dose da vacina contra a covid-19 registrada no cartão de vacinação de Bolsonaro. A dose teria sido aplicada em 19 de julho de 2021, na unidade bĂĄsica de saĂșde (UBS) Parque Peruche, em São Paulo. Documentos demonstraram que, nessa data, Bolsonaro estava em BrasĂ­lia.

Além disso, o lote da vacina Janssen inscrito no cartão do ex-presidente nem tinha sido fabricado naquela data (só seria produzido em 21/10/2020). Esse dado da imunização em julho em São Paulo que foi inserido no VaciVida, sistema de vacinação do Estado de São Paulo, em 14/12/2021. O caso foi analisado pela Controladoria-Geral da União (CGU), que recomendou o arquivamento da investigação.

As duas outras doses registradas no cartão de vacinação de Bolsonaro foram nos dias 13 de agosto e 14 de outubro de 2022, em Duque de Caxias (RJ).

Ainda assim, com base na investigação preliminar da Controladoria-Geral da União, a PolĂ­cia Federal — com ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) — deflagrou uma operação em maio do ano passado para prender o tenente-coronel Mauro Cid e outras seis pessoas. Também foi cumprido mandado de busca e apreensão na casa do ex-presidente.

Falso cartão de vacina de Bolsonaro usou e-mail com nome de Lula

De acordo com o boletim de ocorrĂȘncia registrado pelo municĂ­pio na época, a ficha de vacinação contém o e-mail com o nome "[email protected]". O CPF, o nome e a data de nascimento do ex-presidente preenchidos na ficha estão corretos, mas o ano de nascimento de Bolsonaro estĂĄ errado.

Segundo a prefeitura, a utilização de um e-mail com o nome de Lula chamou atenção.


Com informações da Revista Oeste


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