O número de empresas que pediram recuperação judicial no Brasil, em fevereiro, chegou a 169. O valor representa uma alta de 64,1% ante o mesmo período de 2023, de acordo com o Indicador de Falências e Recuperação Judicial da Serasa Experian. Em comparação com janeiro, o avanço foi de 13,4%.
As micros e pequenas empresas foram as que mais registraram o pedido legal. Conforme o levantamento, foram 59 requisições. Já as companhias médias e grandes protocolaram 35 e nove pedidos, respectivamente.
Os setores que mais registraram pedidos de recuperação judicial
A maioria das empresas está no setor de serviços (66). Esse número dobrou, em comparação com o mesmo período do ano passado. Já no comércio, os pedidos somam 54; na indústria, 28; e no setor primário, 21.
Segundo o economista Luiz Rabi, da Serasa Experian, os juros elevados e a inadimplência das empresas e dos consumidores explicam o aumento do número de pedidos de recuperação judicial. Somente em janeiro, 6,7 milhões de CNPJs entraram no vermelho no Brasil, somando R$ 127,8 bilhões.
"Apesar de registrar uma melhora com a queda nas taxas de juros e na inflação, precisamos de uma redução da inadimplência", alegou Rabi, em entrevista ao site Poder360. O economista disse que a situação deve melhorar apenas a partir do segundo semestre deste ano.
Falência
Em contrapartida, apesar do aumento do número de pedidos de recuperação judicial, o de requisições de falência caiu, sutilmente, em fevereiro: 7%, na base anual. Neste ano, foram 80 registros, contra 86 em 2023.
Das 169 que protocolaram a requisição, 80 fecharam as portas. A maioria delas é de micros e pequenas empresas, com 44 pedidos de falências. Das companhias que seguem com essas requisições, o setor de serviços registrou mais pedidos (33), seguido por comércio (24) e indústria (23). O segmento primário não registrou nenhuma solicitação.
Já na comparação mês a mês, a aceleração do número de pedidos de falência diminuiu. Contudo, o número ainda é maior do que em janeiro, com uma alta de 15,9%. No caso das falências, as micros e pequenas empresas também lideram, com 44 solicitações.
Fonte: Revista Oeste