O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), divulgou nesta segunda-feira, 29, o despacho em que autoriza a Polícia Federal (PF) a realizar uma operação de busca e apreensão contra oito empresários bolsonaristas. No documento de 32 páginas, o magistrado afirma que existem "fortes indícios" e "significativas provas" apontaram para a existência de uma organização criminosa idênticos aos investigados no inquérito das milícias digitais, "com a nítida finalidade de atentar contra a democracia". Segundo Moraes, "em face das circunstâncias apontadas é imprescindível a realização de diligências, inclusive com o afastamento de garantias, que não podem ser usadas como escudo para a prática de atividades ilícitas". Nas conversas em questão, divulgadas pelo jornalista Guilherme Amado e que basearam a decisão de Moraes, [empresários favoráveis ao atual governo discutiram sobre a atual conjuntura política. Em determinada mensagem vazada, um deles revela que preferiria uma ditadura militar, a um novo governo petista e suas nefastas consequências. Diziam isso, diante da manobra executada pelo STF, que permitiu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), condenado em três instâncias da Justiça, a concorrer nas eleições presidenciais em outubro deste ano].
Moraes destaca ainda a "grande capacidade socioeconômica do grupo investigado, a revelar o potencial de financiamento de atividades digitais ilícitas e incitação à prática de atos antidemocráticos". Em sua sustentação, o ministro defendeu as ações de busca e apreensão nos endereços ligados aos empresários já que poderiam ser encontrados elementos que provem as irregularidades sustentadas no grupo de mensagens. "Na espécie estão presentes os requisitos do art. 240 do Código de Processo Penal, para a ordem judicial de busca e apreensão no domicílio pessoal, pois devidamente motivada em fundadas razões que, alicerçadas em indícios de autoria e materialidade criminosas, sinalizam a necessidade da medida para colher elementos de prova relacionados à prática de infrações penais", despachou o magistrado da Suprema Corte. Os empresários investigados são: Ivan Wrobel, da W3 Engenharia; José Isaac Peres, da Multiplan; Luciano Hang, das lojas Havan; José Koury, do shopping Barra World; Luiz André Tissot, do Sierra; Marco Aurélio Raymundo, da Mormaii; Meyer Joseph Nigri, da Tecnisa; e Afrânio Barreira Filho, do Grupo Coco Bambu.
[Vários juristas e mesmo militantes de esquerda (inclusive aqueles de redação), viram exagero na ação de Moraes.
O Senado, que em tese, é o agente capaz de colocar freio atos inconstitucionais de ministros do STF, tem se eximido de qualquer responsabilidade. O presidente da casa, Rodrigo Pacheco, resiste em se posicionar contra os abusos jurídicos
Essa "dobradinha" que o ministro tem feito com integrantes do MPF e da PF, parecem fazer com que as decisões sejam mais críveis e contem com "ar de legalidade"].
*Com informações da Jovem Pan
Jovem Pan