Na passagem de abril para maio, a produção industrial do Brasil recuou 0,9%, com retração em nove dos 15 locais investigados pela Pesquisa Industrial Mensal (PIM) Regional, publicada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira, 12.
As maiores quedas foram registradas por Rio Grande do Sul (-26,2%) e Espírito Santo (-10,2%).
A média móvel trimestral foi negativa em oito dos 15 locais pesquisados, com destaque para as reduções mais acentuadas assinaladas por Rio Grande do Sul (-8,6%), Amazonas (-5,2%), Espírito Santo (-4,1%), Ceará (-2,5%) e Minas Gerais (-2,3%).
Por outro lado, Mato Grosso (2,3%), Bahia (1,3%) e Pernambuco (1,1%) mostraram os principais avanços em maio de 2024.
Na comparação com maio de 2023, a indústria caiu 1%, e as taxas negativas foram verificadas em sete dos 18 locais pesquisados. Já no acumulado em 12 meses, houve alta de 1,3%, com 12 dos 18 locais analisados mostrando resultados positivos.
"É o segundo resultado negativo seguido da indústria, acumulando perda de 1,7% nesse período", explica o analista da PIM Regional, Bernardo Almeida. "Fatores macroeconômicos vêm impactando na produção industrial [...] e atingem diretamente a cadeia produtiva pelo lado da oferta, e afeta a renda disponível das famílias, retraindo o consumo. A inflação também influenciou."
Produção industrial despenca no Rio Grande do Sul e bate recorde
O destaque de maio foi a forte queda da indústria gaúcha, depois de três meses de resultados positivos. Esta é a menor taxa já registrada na série histórica, superando inclusive a registrada no início da pandemia, em abril de 2020 (-20,5%). Isso se deve, principalmente, ao impacto causado pelas enchentes no Estado.
Segundo o IBGE, vários setores contribuíram para a queda da atividade da indústria gaúcha, como derivados do petróleo, produtos químicos, veículos automotores, alimentos, artefatos de couro, artigos para viagem e calçados, entre outros. O Rio Grande do Sul representa 6,8% da indústria nacional.
"Houve paralisação total ou parcial em diversas plantas industriais, além de muitas dificuldades de logística que prejudicaram a atividade industrial no Rio Grande do Sul", afirma Almeida. A indústria gaúcha está 23,8% abaixo do patamar pré-pandemia.
Já o Espírito Santo ocupou o segundo lugar no ranking de maiores quedas na produção industrial, com 10,2% de queda. Os setores extrativo e de metalurgia foram os maiores responsáveis pelo resultado negativo.
O desempenho da indústria capixaba em maio eliminou o crescimento de 2,6% obtido no mês anterior e foi a taxa mais baixa desde julho de 2022, quando teve queda de 18,4%.
Fonte: Revista Oeste