Incêndios florestais aumentaram 529% em comparação com os anos anteriores

Queimadas devastaram 4,48 milhões de hectares no 1º semestre

Por Trago Verdades em 15/07/2024 às 19:22:14

Montagem fotos: Reprodução Internet/José Cruz (Agência Brasil)/EFE/ Fernando Bizerra

No primeiro semestre de 2024, os incĂȘndios florestais no Brasil consumiram 4,48 milhões de hectares. O valor é equivalente à ĂĄrea da cidade do Rio de Janeiro a cada cinco dias.

A média diĂĄria de território em chamas foi de 246,37 kmÂČ, enquanto a cidade do Rio ocupa 1,2 mil kmÂČ. Os dados são do Monitor do Fogo, do MapBiomas, que registrou um aumento de 529% nas queimadas em comparação com anos anteriores.

O estudo revelou que 78% das queimadas ocorreram em ĂĄreas de vegetação nativa, com pastagens e outros usos completando o total.

Embora o Pantanal tenha recebido atenção pela alta no nĂșmero de queimadas, a Amazônia foi o bioma mais afetado, com 2,97 milhões de hectares queimados, representando 66% do total no Brasil.

O cerrado ficou em segundo lugar, com 947 mil hectares queimados, um aumento de 48% em relação ao mesmo perĂ­odo do ano anterior, sendo 72% em vegetação nativa.

No Pantanal, 468 mil hectares foram queimados no primeiro semestre, com 79% dessas queimadas ocorrendo apenas em junho. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), foram registradas 3.568 ocorrĂȘncias.

Aumento das queimadas gera preocupação

Ribeirinho observa fumaça de queimadas nas proximidades de CorumbĂĄ — 28/6/2024 | Foto: Marcelo Camargo/AgĂȘncia Brasil
Ribeirinho observa fumaça de queimadas nas proximidades de CorumbĂĄ — 28/6/2024 | Foto: Marcelo Camargo/AgĂȘncia Brasil

A preocupação com o Pantanal é crescente. Historicamente o pico de incĂȘndios ocorre em agosto, e a tendĂȘncia é de aumento em julho. No entanto, o inĂ­cio de julho foi menos dramĂĄtico, com 394 notificações até a quinta-feira 10, e um dia sem registros de fogo.

Os incĂȘndios no inĂ­cio do ano foram principalmente na Amazônia. Com o avanço da estação seca, o cerrado e o Pantanal se tornaram os mais afetados. A seca no Pantanal é a maior em 70 anos, com uma redução de 61% na ĂĄrea coberta por ĂĄgua em 2023, segundo a UFRJ.

"Em 2024, não tivemos o pico de cheia. O ano registra um pico de seca, que deve se estender até setembro", destacou o coordenador da equipe Pantanal do MapBiomas, Eduardo Rosa. "O Pantanal em extrema seca jĂĄ enfrenta incĂȘndios de difĂ­cil controle."

Rosa mencionou vĂĄrias ações estratégicas para prevenir e combater o fogo, aplicĂĄveis a outros biomas, como manejo integrado do fogo, queimadas controladas, aceiros, monitoramento e detecção precoce, educação ambiental, sensibilização social, campanhas de conscientização e capacitação de brigadas.

Outros biomas também foram afetados: a Mata Atlântica teve 73 mil hectares queimados, o pampa 1.145 hectares, o menor valor dos Ășltimos seis anos, e a caatinga registrou um aumento, com 16.229 hectares queimados.

Em junho, o fogo dobrou em comparação com o mesmo mĂȘs do ano anterior, totalizando 1,1 milhão de hectares.


Fonte: Revista Oeste

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