O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), sinalizou a aliados que o risco de aceitar um pedido de impeachment contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes é "zero". As informações são do jornal Valor Econômico.
Senadores aliados de Jair Bolsonaro (PL) estão recolhendo assinaturas contra Moraes depois de uma reportagem do jornal Folha de S.Paulo revelar que o ministro fez pedidos informais à Justiça Eleitoral para embasar o inquérito das fake news no STF.
Alexandre de Moraes negou qualquer irregularidade e afirmou que todos os seus atos foram documentados, com ciência da Procuradoria-Geral da República (PGR) e da Polícia Federal (PF).
Como presidente do Senado, caberia a Pacheco decidir sobre a abertura de um processo por crime de responsabilidade contra Moraes.
A oposição planeja uma campanha pública em apoio ao impeachment até o dia 7 de setembro. A formalização do pedido seria feita depois dessa data, segundo o Valor.
O senador Magno Malta (PL-ES) declarou que Moraes deveria ser convocado para se explicar. "Se, dos Três Poderes, o que mais tem poder é o Senado, por que esse homem não é convocado nem para dizer se errou, se acertou, se isso foi uma bobagem e não foi ele?", questionou. "Vai culpar alguém - ou não, como Lula - que já morreu para assumir? Ou nós vamos 'impitimá-lo'?.
"O rei está nu!", escreveu Rogério Marinho (PL-RN) nas redes sociais. "Estamos avisando desde o início de nosso mandato! É imperioso o retorno à normalidade democrática. (...) O Senado precisa se posicionar e cumprir seu papel, exigindo que o ministro cumpra a Constituição, abrindo processo de impeachment.
Ministro de Lula defende Moraes
Por outro lado, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, defendeu Moraes na internet. "A matéria da Folha de S.Paulo; que acusa o ministro Alexandre é sensacionalista e não corresponde à verdade", disse. "A matéria só tem o efeito de alimentar o movimento de tentar desacreditar o STF para incidir no julgamento do 'inelegível'."
Na noite de terça-feira, 13, o partido Novo entrou com uma notícia-crime na PGR contra Moraes por suposta falsidade ideológica e associação criminosa. A ação também envolve o juiz auxiliar Airton Vieira e o ex-chefe da assessoria de combate à desinformação do TSE, Eduardo Tagliaferro.
"Apresentamos à Procuradoria-Geral da República uma notícia-crime contra Alexandre de Moraes, Airton Vieira e Eduardo Tagliaferro por falsidade ideológica e associação criminosa", afirmou o presidente do Novo, Eduardo Ribeiro. "E esperamos que o Senado Federal cumpra seu papel constitucional e abra o processo de impeachment."
Fonte: Revista Oeste