Cármen diz que STF impede a censura, mas vota para suspender Twitter/X

Em julgamento na 1ª Turma do tribunal, a ministra diz que a função do STF é "resguardar as liberdades", mas votou com Alexandre de Moraes para censurar Twitter/X no Brasil

Por Trago Verdades em 02/09/2024 às 17:34:49

A ministra Cármen Lúcia votou pela censura ao documentário "Quem Mandou Matar Jair Bolsonaro?", da produtora Brasil Paralelo, em 2022 | Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

No julgamento na 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) que manteve a censura ao Twitter/X no Brasil, nesta segunda-feira, 2, a ministra Cármen Lúcia disse, em seu voto, que a função da Corte "é resguardar as liberdades e impedir condutas censórias".

"Não se está, nesta decisão, estabelecendo presunção de ilegitimidade da conduta de quem quer que seja no uso de ferramenta tecnológica, desde que por qualquer conduta nesse sentido não se busque fraudar, contornar ou atingir a finalidade ilegítima de acessar empresa suspensa de atuar, ou permitir serviços por ela oferecidas sem acatamento às leis do país", argumentou Cármen.

Segundo a ministra, "democracia exige responsabilidade e comprometimento jurídico, social, político e econômico de todas as pessoas naturais e jurídicas, nacionais e não nacionais". "E a responsabilidade há de se dar nos termos do Direito posto no constitucionalismo vigente no país", observou Cármen. "O Brasil não é xepa de ideologias sem ideias de Justiça, onde possam prosperar interesses particulares embrulhados no papel crepom de telas brilhosas sem compromisso com o Direito. É uma sociedade de mais de 200 milhões de habitantes querendo civilização e civilidade."

Voto de Cármen Lúcia no caso do Twitter/Brasil e produtora

cármen lúcia
A ministra do STF Cármen Lúcia, durante palestra sobre liberdade de imprensa no Brasil, na ESPN, em São Paulo - 07/05/2024 | Foto: Aloisio Mauricio/Fotoarena/Estadão Conteúdo

Em 2022, durante a disputa pela Presidência da República, Cármen votou no Tribunal Superior Eleitoral para censurar um documentário Quem Mandou Matar Jair Bolsonaro?, da produtora Brasil Paralelo.

"Não se pode permitir a volta de censura sob qualquer argumento no Brasil", disse Cármen. "Este é um caso específico e que estamos na eminência de ter o segundo turno das eleições."



Fonte: Revista Oeste

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