O Centro Carter apresentou nesta quarta-feira, 2, à Organização dos Estados Americanos (OEA), as atas eleitorais originais do pleito presidencial da Venezuela, que ocorreu em 28 de julho. Esses documentos, de acordo com o observador internacional, evidenciam a vitória do líder opositor Edmundo González sobre o ditador Nicolás Maduro.
Mesmo sem apresentar atas, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), ligado ao governo venezuelano, declarou Maduro vitorioso para um terceiro mandato de seis anos. No entanto, a comunidade internacional considerou a eleição uma fraude.
Código atesta que González é o novo presidente da Venezuela
A assessora do Centro Carter para a América Latina e o Caribe, Jennie Lincoln, destacou a importância das atas e a sua lisura, pois elas continham um código QR confiável.
"Acabo de receber o que foi enviado por correio internacional e gostaria de compartilhar com vocês depois da sessão para que possam ver que estas são atas originais da Venezuela que têm um código QR muito significativo", afirmou Jennie.
O código QR, segundo Lincoln, permitiu que testemunhas e observadores eleitorais coletassem informações em milhares de centros de votação de forma sistemática. Todos usaram, inclusive, dados originais que o próprio CNE forneceu previamente. Esse detalhe foi considerado crucial nas eleições.
Oposição também publicou atas eleitorais
A oposição, liderada por María Corina Machado e Edmundo González, publicou em um site atas de aproximadamente 80% das urnas do país. Isso resultou em investigações do Ministério Público venezuelano e em um mandado de prisão contra González. Hoje, o político encontra-se na Espanha, onde buscou asilo político.
As informações divulgadas pela oposição alegam que Edmundo González obteve mais de 67% dos votos, enquanto Nicolás Maduro alcançou 31%. María Corina Machado, ao responder à apresentação das atas, afirmou: "O mundo sabe o que aconteceu em 28 de julho; agora tem a verdade em suas mãos".
Contudo, a responsabilidade de proclamar o resultado recai sobre a autoridade eleitoral, conforme mencionou o Centro Carter.
Mesmo sem provas oficiais, o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) venezuelano, alinhado ao regime de Maduro, referendou o resultado do Centro Nacional Eleitoral, que deu vitória ao ditador, e proibiu a divulgação das atas.
Logo depois da votação, a Organização das Nações Unidas (ONU) atestou a segurança das atas eleitorais que a oposição divulgou. Depois das eleições, tanto os observadores da ONU quanto do Centro Carter deixaram a Venezuela.
Fonte: Revista Oeste