Coordenador do Ministério da Saúde é acusado de assédio sexual

Antônio Cícero Santana da Silva Apurinã costumava propor sexo a servidoras; as que resistiam eram transferidas para áreas remotas ou demitidas

Por Trago Verdades em 03/10/2024 às 17:25:03

Antônio Cícero Santana da Silva Apurinã, a serviço do Ministério da Saúde | Foto: Reprodução/Redes

O Ministério da SaĂșde exonerou Antônio CĂ­cero Santana da Silva Apurinã, coordenador do Distrito SanitĂĄrio Especial IndĂ­gena (Dsei) Médio Rio Purus, por suspeita de assédio sexual. Apurinã é acusado de propor sexo a servidoras; aquelas que resistiam eram transferidas para ĂĄreas remotas ou perdiam o emprego. A demissão do coordenador foi oficializada em 11 de setembro, depois de denĂșncias de subordinados.

Apurinã havia assumido o cargo em fevereiro do ano passado. O distrito onde ele trabalhava fica localizado em LĂĄbrea, no Estado do Amazonas. O local atende 12.357 indĂ­genas em 128 aldeias. As informações são da Folha de S.Paulo.

As acusações contra Apurinã incluem pelo menos quatro casos de assédio sexual e moral. As denĂșncias seguiram para o Ministério PĂșblico Federal (MPF) e para a PolĂ­cia Federal (PF) em Rondônia e Amazonas.

Ex-funcionĂĄrio que relatou assédio de Silvio Almeida pede proteção

De acordo com a Folha, a PF de Rondônia iniciou uma investigação e jĂĄ colheu depoimentos. A Comissão de SaĂșde da Câmara Municipal de LĂĄbrea também se mobilizou para apurar os fatos.

Apurinã não respondeu a tentativas de contato do jornal. O Ministério da SaĂșde afirmou, em nota, que o Dsei vai cooperar com as investigações.

Demissão de Antônio CĂ­cero Santana da Silva Apurinã foi oficializada em 11 de setembro, depois de denĂșncias de subordinados | Foto: Reprodução/Instagram/Dsei Médio Rio Purus

Investigações sobre assédio sexual e relatos das vĂ­timas

VĂ­timas relataram abusos à Folha sob anonimato, por medo de represĂĄlias. Uma das mulheres contou que, durante viagens de trabalho, seu chefe a escalava frequentemente para missões de até 20 dias em um barco.

Segundo o veĂ­culo, Apurinã tinha uma ĂĄrea privativa e a chamava para conversas com elogios excessivos, toques invasivos e promessas de promoção. Sem sucesso, ele dizia a indĂ­genas que ainda teria relações sexuais com ela.

A PolĂ­cia Civil do Amazonas informou que todos os procedimentos jĂĄ estão em posse da PolĂ­cia Federal. A PF em Rondônia afirmou que não comenta investigações em andamento. O MPF e a polĂ­cia do Amazonas foram procurados, mas não se manifestaram.

Caso Silvio Almeida foi o 1Âș no governo Lula

O caso de Apurinã é mais um episódio de assédio sexual em órgãos do governo Luiz InĂĄcio Lula da Silva. No mĂȘs passado, Silvio Almeida foi demitido do Ministério dos Direitos Humanos depois de denĂșncias semelhantes.

Silvio Almeida, ministro dos Direitos Humanos e Cidadania
Demissões em série: segundo UOL, dezenas de servidores não suportaram o clima tenso da pasta dirigida pelo ministro Silvio Almeida: gritos e cobranças desmedidas | Foto: Valter Campanato/AgĂȘncia Brasil

Fonte: Revista Oeste

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