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Ministro de Lula denuncia interferência ideológica do próprio governo contra judeus

José Múcio Monteiro disse que os "Judeus venceram uma licitação, mas, por questões ideológicas, não podemos aprovar"


Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Defesa, José Múcio Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, denunciou interferências ideológicas do próprio governo nos acordos firmados pelo Ministério da Defesa. Ele proferiu a declaração nesta terça-feira, 8, em evento da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

De acordo com o ministro, um exemplo dessa interferência teria ocorrido quando a Defesa firmou um acordo de venda de munição do Exército brasileiro para a Alemanha. José Múcio Monteiro disse que, à época, o governo vetou o negócio.

"Judeus venceram uma licitação, mas, por questões ideológicas, não podemos aprovar", disse José Múcio Monteiro. "Temos uma munição no Exército que não usamos. Fizemos um grande negócio. A venda foi vetada porque, senão, o alemão vai mandar para a Ucrânia, e a Ucrânia vai usar contra a Rússia. E a Rússia vai mexer nos nossos acordos de fertilizantes."

<blockquote class="twitter-tweet" data-media-max-><p lang="pt" dir="ltr">O ministro da defesa de Lula, José Múcio, através de suas palavras mostra o cenário da guerra geopolítica que está em andamento - quase tudo é baseado em questões ideológicas. <br><br>Múcio afirmou que as questões ideológicas travaram uma licitação vencida por israelenses. "A questãoÂ… <a href="https://t.co/ZNldVKnE50">pic.twitter.com/ZNldVKnE50</a></p>&mdash; Karina Michelin (@karinamichelin) <a href="https://twitter.com/karinamichelin/status/1843964943806108040?ref_src=twsrc%5Etfw">October 9, 2024</a></blockquote> <script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script>

Desde o começo do mandato, Lula fez acenos ao presidente da Rússia, Vladimir Putin, e criticou em diversas ocasiões o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. O petista disse, por exemplo, que a responsabilidade da guerra é de ambos os países do Leste Europeu. Mas o marco inicial do conflito se deu em fevereiro de 2022, data em que Putin ordenou a invasão militar no país vizinho. Pelo menos uma dezena de cidades foi bombardeada naquele dia.

No mesmo evento, José Múcio Monteiro criticou a importação de potássio canadense pelo Brasil. "Temos a segunda maior reserva, mas, como está embaixo da terra dos índios, nós não podemos explorar", disse.

Entenda por que José Múcio Monteiro participou de um evento da CNI

No evento, o ministro revelou que as exportações de produtos de defesa em outubro atingiram um recorde de US$ 1,6 bilhão, equivalentes a R$ 8,8 bilhões. O anúncio ocorreu depois da assinatura de um acordo com a CNI, para impulsionar a Base Industrial de Defesa e Segurança (Bids).

Esse recorde iguala o marco histórico da indústria de defesa de 2021. As negociações ainda em andamento mostram que os números deste ano poderão ultrapassar o período de 2014 a 2023.

No evento, o ministro revelou que as exportações de produtos de defesa em outubro atingiram um recorde de US$ 1,6 bilhão, equivalentes a R$ 8,8 bilhões | Foto: Divulgação/Ministério da Defesa

Apesar das interferências ideológicas...

O acordo, com duração de seis anos, foi firmado por José Mucio Monteiro e o presidente da CNI, Ricardo Alban. A parceria permitirá que a CNI acesse a base de dados da Defesa, analisada pelo Observatório Nacional da Indústria.

Essa análise abrirá novas oportunidades para o setor no país e no exterior. Dados sobre aquisição de armamentos e valores transacionados entre países podem servir como referência para a Defesa em futuras negociações.

O acordo, com duração de seis anos, foi firmado por José Mucio Monteiro e o presidente da CNI, Ricardo Alban | Foto: Divulgação/Ministério da Defesa

José Mucio Monteiro destacou a relevância do acordo para a pasta, com dados que podem fundamentar propostas de aumento no Orçamento junto ao Congresso.

"Significa informação, comparação, para que possamos oxigenar o nosso discurso, para dar força a nossa indústria da defesa brasileira&", observou o ministro. "Em 2023, foram investidos em produtos de defesa no mundo US$ 2 trilhões. Países que, por preceitos constitucionais, são proibidos de investir em equipamentos de defesa, como Japão e Portugal, estão se armando. O mundo todo está se armando. Alguns usam essas armas para defesa, outros para ataque."




Revista Oeste

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