Um novo estudo da Colaboração Internacional da Dark Energy Survey (DES), uma colaboração composta por pesquisadores de universidade e institutos nos EUA, Reino Unido, Canadá, Chile, Espanha, Brasil, Alemanha, Japão, Itália, Austrália, Noruega e Suíça, apontou que a natureza da gravidade permaneceu a mesma durante toda a história do Universo.
A partir das missões do Telescópio Espacial Hubble, os astrônomos descobriram que nos primeiros 8 bilhões de anos, a taxa de expansão do Universo foi relativamente consistente, uma vez que foi retida pela força da gravidade. Porém, nos últimos 5 bilhões de anos, a taxa de expansão está acelerando.
Alguns pesquisadores atribuem esse fato à matéria escura fria, uma interpretação onde esta massa é composta de partículas grandes e lentas, em teoria, essas duas forças constituem 95% do conteúdo total de energia em massa do Universo, mas todas as tentativas de encontrar evidências diretas delas falharam; outros dizem que a taxa está acelerando por causa de uma determinada mudança da gravidade com o tempo.
Esta última hipótese invalida da Teoria Geral da Relatividade criada por Einstein, feita em 1915, que descreve como a curvatura do espaço-tempo é alterada na presença da gravidade. Por mais de um século, esta teoria previu com precisão quase tudo no Universo, desde a órbita de Mercúrio e as lentes gravitacionais até a existência de buracos negros.
A DES mediu mais de 100 milhões de galáxias, e as observações estão de acordo com o que preconiza a Teoria da Relatividade Geral. Da mesma forma que essa é uma boa notícia, outras dúvidas persistem, como o mistério sobre Energia Escura.
Os cientistas chegaram a essas descobertas pouco antes de dois telescópios espaciais de próxima geração (Nancy Grace Roman e Euclides) serem enviados ao espaço para realizar medições ainda mais precisas da gravidade e seu papel na evolução cósmica.
Os astrônomos não terão que esperar muito para obter novos dados. Primeiro, há a missão Euclides, da Agência Espacial Europeia (ESA), prevista para ser lançada em 2023. Esta missão tem como objetivo mapear a geometria do Universo, ao analisar 8 bilhões de anos no passado para medir os efeitos da Matéria Escura e da Energia Escura.
Até maio de 2027, o Telescópio Espacial Nancy Grace Roman, da NASA, se juntará ao Euclides. Em conjunto, eles analisarão mais de 11 bilhões de anos. Estes serão os levantamentos cosmológicos mais detalhados já realizados e devem fornecer as evidências mais convincentes sobre a composição do Universo.
A era atual da astronomia está voltada em testar o que, até agora, ficou na teoria. Em última análise, os astrônomos atuais e futuros vão revolucionar a forma como o Universo é interpretado.
Via: Science Alert
Fonte: Olhar Digital