O Ministério da Saúde relatou a perda de pelo menos 58 milhões de doses de vacinas contra a covid-19. O desperdício ocorreu desde o início da campanha de imunização, em 2021. Essa quantidade de doses representa um prejuízo estimado em R$ 2 bilhões.
Dados do ministério mostram que, para reduzir parte das perdas, houve substituição de 4,2 milhões de doses do imunizante da Moderna. Essas doses tinham um valor estimado em R$ 240 milhões. As informações foram divulgadas pelo jornal Folha de S.Paulo, por meio de um pedido feito pela Lei de Acesso à Informação (LAI).
Mais de 70% das vacinas que venceram no estoque do Ministério da Saúde foram adquiridas durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). A maior parte dos lotes perdidos era composta de imunizantes da AstraZeneca, fabricados em parceria com a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz). Parte dessas doses chegou à gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O Ministério da Saúde atribuiu o desperdício a diversos fatores. Entre eles, destacou a baixa adesão da população, a desinformação causada por notícias falsas e as mudanças rápidas nas tecnologias de fabricação. Além disso, mencionou dificuldades relacionadas a prazos de validade, transporte e armazenamento. No entanto, o órgão reconheceu que, além desses fatores, falhas na gestão também contribuíram para o problema.
No ano passado, o governo gastou cerca de R$ 260 milhões em vacinas CoronaVac
Em setembro de 2023, o governo federal gastou cerca de R$ 260 milhões em vacinas CoronaVac. O governo não utilizou o imunizante, pois ele estava desatualizado para as variantes da covid-19. No mesmo período, cerca de 8 milhões de doses contra a covid-19 venceram. Enquanto isso, diversos municípios relatavam falta de imunizantes para aplicação.
Uma pesquisa da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) realizada entre 2 e 11 de setembro revelou que 60% das cidades brasileiras enfrentavam falta de vacinas. Em particular, a imunização contra varicela foi a mais afetada, que está ausente em 1,2 mil municípios. Em segundo lugar, apareceu a vacina contra a covid-19 para crianças, que estava em falta em 770 cidades.
Revista Oeste