Custo de vida na região metropolitana de São Paulo voltou a cair após uma sequência de mais de dois anos de alta. O levantamento da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomércio-SP) revela que a sequência de 25 meses de alta foi interrompida em julho. Pela primeira vez, desde maio de 2020, o indicador de custo de vida por classe social teve variação negativa de 0,18%. A maior retração ficou por conta dos preços ligados aos transportes, que caíram 2,92% influenciados pela redução do valor dos combustíveis com o limite da alíquota do ICMS e a queda do valor do barril do petróleo no mercado internacional. Os destaques ficaram para a gasolina, que caiu 13,6%, e o etanol, que encolheu 10,8%. O motorista de aplicativo, Magno Rodrigues, contou à reportagem da Jovem Pan que está conseguindo lucrar mais: "Com a baixa do ICMS, o combustível deu um aqueda. Então foi o exemplo de que o imposto era alto para nós. E com a redução do combustível pela Petrobras ficou ótimo. Eu gastava R$ 700 por semana, hoje um gasto R$ 450". O grupo de transportes tem o segundo maior peso no índice, com uma parcela de 21,44% e oscilou para baixo, em menos 0,63% no desempenho geral.
Quanto ao impacto nas classes sociais, o estudo demonstra que a gasolina mais barata ajudou no orçamento doméstico das famílias com menores rendimentos. A prova disso é que o custo de vida para a classe E apresentou variação de menos 4,10%. Para a classe A a redução foi de menos 1,86%. Se por um lado houve diminuição nos preços de combustíveis, por outro também foram registrados aumentos como do óleo diesel, que teve elevação de 6,1%, e das passagens aéreas, em 6,5%. Apesar da melhora, o porteiro Nivaldo Morelo disse que sente no bolso cada ida ao supermercado: "Antigamente você ia com R$ 50 e trazia um monte de coisa, agora você trás duas ou três coisas. Muçarela R$ 70 o quilo é muito caro. O leite é R$ 7, o litro de óleo é R$ 12. Então está bem difícil". O setor de alimentação de bebidas foi o que mais subiu, com variação de 0,89%. O vilão da vez foi o pão francês, com acréscimo de 4,3%, e o leite longa vida, que apontou alta de 3%.
A habitação também ficou mais cara com o índice mensal 0,49% maior. Nos serviços, o aluguel residencial pesou e indicou um patamar a mais de 1,9%, e o condomínio um aumento de 1,8%, ambos influenciaram o resultado. As demais elevações vieram das despesas pessoais, com 1,75%, vestuário com 0,88% e saúde com 0,66%. Educação e comunicação apresentaram estabilidade, já no comércio houve economia de 0,81% graças ao gás de botijão, que teve decréscimo em 1%.
*Com informações do repórter Daniel Lian
Jovem Pan