CNJ proíbe juízes de fazer publicações nas redes sociais contra o sistema eleitoral brasileiro

Corregedor do CNJ também é titular do TSE, fazendo "dobradinha" com Moraes

Por Trago Verdades em 03/09/2022 às 11:36:25

Luís Felipe Salomão, novo corregedor nacional de justiça. Foto: Antônio Cruz / Agência Brasil

O novo corregedor nacional de justiça, ministro Luis Felipe Salomão, assinou uma decisão que prevĂȘ uma série de condutas de juĂ­zes no perĂ­odo eleitoral brasileiro. O Conselho Nacional de Justiça promete punir os magistrados que fizerem crĂ­ticas a qualquer candidato, questionar a segurança das urnas eletrônicas e criticar o sistema eleitoral brasileiro nas redes sociais. O CNJ prevĂȘ ainda a criação de juĂ­zos especiais em todo o paĂ­s para julgar crimes de motivação polĂ­tico-partidĂĄria. De acordo com o novo corregedor, todos os julgamentos terão rigidez para punir qualquer irregularidade. O Conselho também apontou uma série de condutas que podem consideradas atos de violĂȘncia polĂ­tico-partidĂĄria, entre elas estão a intolerância ideológica contra o espectro polĂ­tico diverso e o inconformismo direcionado a valores e instituições do estado democrĂĄtico de direito, especialmente os relacionados ao processo eleitoral, a posse dos eleitos, a liberdade de expressão e a legitimidade das eleições, como também de seus partĂ­cipes.

No documento endereçado a todos os juristas do paĂ­s, o CNJ deixa ainda outro aviso: "a notória escalada da intolerância ideológica e de atos violentos com motivação polĂ­tico-partidĂĄria", noticiados da imprensa brasileira, em que atos de violĂȘncia com motivação polĂ­tico-partidĂĄria além de acarretar danos à estabilidade social ensejam ainda riscos à normalidade democrĂĄtica e constitucional. A decisão da corregedoria veda também manifestações pĂșblicas especialmente em redes sociais ou na mĂ­dia, ainda que em perfis pessoais próprios ou de terceiros que contribuam para o descrédito do sistema eleitoral brasileiro ou que gere infundada desconfiança social acerca da justiça, segurança e transparĂȘncia das eleições.

Os magistrados ficam proibidos de associar sua imagem pessoal ou profissional a pessoas pĂșblicas, empresas, organizações sociais, veĂ­culos de comunicação, sites na internet, podcasts ou canais de rĂĄdio ou vĂ­deo que sabidamente colaborem para deterioração da credibilidade dos sistemas judiciais e do sistema eleitoral brasileiro ou que fomentem alguma desconfiança social acerca da justiça, segurança e transparĂȘncia das eleições. Até o próximo dia 20 de setembro, todos os juĂ­zes terão que ajustar as redes sociais e registros de vĂ­nculos pessoais ou profissionais ao que estĂĄ determinado na nova regra publicada. Luis Felipe Salomão deixou claro que todos os inquéritos policiais e ações penais por crimes de violĂȘncia polĂ­tico-partidĂĄria terão tramitação prioritĂĄria sobre os demais processos em todos os graus de jurisdição.

*Com informações do repórter Maicon Mendes

Fonte: Jovem Pan

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