Três dias após a Justiça Eleitoral determinar uma operação de busca e apreensão na casa do ex-ministro Sergio Moro (União Brasil), o presidente Jair Bolsonaro (PL) comentou o assunto, classificada por ele uma covardia. Em sabatina no Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, nesta terça-feira, 6, o mandatário afirmou que, embora não tenha "péssimas recordações" de Moro como ministro, considera que a operação foi uma "agressão". " Eu não tenho nada para defender o Moro. Tenho péssimas recordações dele quando foi ministro meu. Ele poderia ter feito muito coisa, mas não fez. Mas esse fato de ir na casa do Moro, ou até se fosse em outro local, o escritório político dele, o comitê eleitoral, isso é uma agressão. Por causa do tamanho da letra? Faz por escrito e decide a questão. Uma covardia que fizeram com o ex-ministro Moro", afirmou Bolsonaro, também citando a operação contra empresários acusados de planejar um golpe de Estado, caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vença as eleições.
"Por uma notinha do jornal Metrópole, com emojinhos (sic) ali, se bloqueia a contas, se faz busca e apreensão na casa de oito empresários, como vão fazer uma covardia com os meus familiares no Vale do Ribeira com essa matéria sem base nenhuma [que aponta compra de 51 imóveis]. Uma matéria acusatória sobre bens da família Bolsonaro, o clã Bolsonaro. Sem qualquer indício de corrupção, sem nada. Por que essa covardia? Querem eleger o Lula na mão grande? Parece que é isso", disse Bolsonaro, citando outras investigações em curso. Em outro momento da sabatina, ao ser questionado sobre a escolha de seus ministros, Bolsonaro falou que se sentiu traído por Sergio Moro e chegou a mencionar que o ex-ministro poderia ser vice em sua chapa à reeleição, mas o poder "subiu à cabeça". "O Sergio Moro tinha tudo para ser um excelente político. Trazia uma bagagem muito grande lá atrás, da Lava Jato. Tinha tudo para, agora, talvez, ser meu vice e, em 2026, ser candidato a Presidente. Algo subiu à cabeça dele. As amizades que ele cultivou ao longo do nosso desse tempo dele de ministro, levou a isso", disse, citando o ex-governador João Doria (PSDB), que foi eleito em 2018 ao lado de Bolsonaro, mas rompeu com o governo.
"Não é que me arrependo [de ter escolhido Moro]. A gente escolhe as pessoas bem intencionados, depois cada um resolve seguir o seu ego e acaba nisso daí", concluiu Bolsonaro. A operação determinada pela Justiça Eleitoral envolvendo o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública aconteceu no último sábado, 3, após a pedido da federação "Brasil da Esperança", formada pelo PT, PCdoB e Partido Verde. A residência de Sergio Moro foi alvo de busca e apreensão de material de campanha e a justificativa foi violação à legislação eleitoral pelo candidato ao Senado Federal não mencionar o nome de seus suplentes. Em nota, a defesa do ex-ministro afirmou que vai pedir que a decisão seja reconsiderada e que nada foi apreendido. "Os nomes estão de acordo com as regras exigidas, sendo assim, a equipe jurídica pedirá a reconsideração da decisão. A busca e apreensão foi feita na residência, uma vez que o endereço foi indicado no registro da candidatura. No local, nada foi apreendido."
Fonte: Jovem Pan