Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio: como identificar sintomas em adolescentes

Por Trago Verdades em 10/09/2022 às 09:38:21

Imagem: Shutterstock

Este sĂĄbado (10) é marcado pelo Dia Mundial da Prevenção ao SuicĂ­dio, tema que ainda é um grande tabu a ser quebrado no Brasil, que este mĂȘs vive o Setembro Amarelo, campanha contra o suicĂ­dio. Uma das principais vĂ­timas desta condição é o adolescente, e se vocĂȘ tem um filho nessa faixa etĂĄria, é bom sempre ficar de olho em seu comportamento. Para te ajudar nessa observação, o Olhar Digital separou alguns sintomas suicidas que devem ser observados.

Antes de começarmos, é importante ressaltar que, caso seu filho apresente alguns dos sintomas citados, vocĂȘ deve procurar ajuda médica urgente. Pensamentos de tirar a própria vida pode atingir qualquer pessoa, desde um jovem até um ator de sucesso, como foi o caso do astro de Hollywood Shia LaBeouf.

Sintomas de um adolescente com pensamentos suicidas

Para a terapeuta com experiĂȘncia em prevenção de suicĂ­dio, Alex Karydi, os adultos podem aprender os sintomas entre os adolescentes. O primeiro passo é colocar a saĂșde mental do jovem como parte da saĂșde e bem-estar dela. Ou seja, além de realizar exames fĂ­sicos de rotina, levar a criança no pediatra e etc?, também é importante fazer algum acompanhamento psicológico.

suicĂ­dio
Imagem meramente ilustrativa. Crédito: Shutterstock


"O primeiro passo é não criar uma divisão entre o corpo e a mente", disse Karydi, que lidera a assistĂȘncia técnica para a Iniciativa de Estados e Comunidades do Centro de Recursos de Prevenção do SuicĂ­dio, ao Mashable.

A maior dificuldade para os pais é distinguir o comportamento normal do filho, que tem todo o direito de se irritar ou estar de mal-humor, de um comportamento que indica pensamentos suicidas. Para Karydi, adolescentes que escutam mĂșsicas tristes ou assistem filmes melancólicos não indica necessariamente que ele queira tirar a própria vida.

Entretanto, se o jovem começar a se identificar com algum personagem que tentou ou morreu por suicĂ­dio, vale ficar em alerta. Essa conexão com alguém – mesmo que fictĂ­cio – que teve ações suicidas, é conhecida como contĂĄgio.

O principal exemplo que a terapeuta usa é a série "13 Reasons Why", da Netflix, que conta a história de uma adolescente que tirou a própria vida por causa do bullying que sofria na escola.

"Se uma criança estĂĄ assistindo [13 Reasons Why] e estĂĄ olhando para a experiĂȘncia daquela garota, e estĂĄ dizendo "essa sou eu", eles começam a se identificar demais com certas personalidades ou identidades que realmente terminam em morte ou aumento do sofrimento", explicou Karydi.

Para além das telas, hĂĄ outros indĂ­cios de que o adolescente pode estar com pensamentos suicidas, tais como aumento do uso de substâncias (ĂĄlcool, drogas, remédios), isolamento social, problemas na escola, deixar de realizar atividades, afastamento dos amigos, aumento do conflito com os pais e explosões constantes de raiva.

Vale ficar de olho, inclusive, no histórico de pesquisa do jovem na internet. Caso ele esteja buscando temas deprimidos ou frequentando fóruns que falem sobre suicĂ­dio, é importante que os pais busquem ajuda o mais rĂĄpido possĂ­vel.

Identifiquei esses sintomas no adolescente, e agora?

O primeiro passo, óbvio, é procurar ajuda médica. O tratamento psicológico é fundamental para diminuir essa obsessão do adolescente em tirar a própria vida. Segundo Karydi, no então, os pais podem iniciar a ajuda ao filho. A terapeuta indicou um folheto desenvolvido pelo Columbia Lighthouse Project, uma iniciativa de prevenção ao suicĂ­dio liderada por pesquisadores da Universidade de Columbia, que serve como uma espécia de triagem.

Essa "triagem" é feita por meio de seis perguntas com instruções especĂ­ficas:

  • 1) VocĂȘ jĂĄ desejou estar morto ou desejou poder dormir e não acordar?
  • 2) VocĂȘ realmente pensou em se matar?
  • 3) Nas Ășltimas semanas, vocĂȘ sentiu que vocĂȘ ou sua famĂ­lia estariam melhor se vocĂȘ estivesse morto?
  • 4) Nas Ășltimas semanas, vocĂȘ desejou estar morto?
  • 5) Na Ășltima semana, vocĂȘ pensou em se matar?
  • 6) VocĂȘ jĂĄ tentou se matar?

É claro, porém, que vocĂȘ não deve chegar perguntando essas questões do nada, como se fosse uma entrevista. Elas devem ser feitas durante conversas com seu filho e de maneira suave, inseridas no contexto do diĂĄlogo.

Além da ajuda médica, se vocĂȘ tem pensamentos suicidas, ou identificou que seu filho adolescente (ou qualquer outra pessoa) estĂĄ com comportamentos do tipo, ligue para o Centro de Valorização da Vida (CVV). Seu nĂșmero é 188.


Fonte: Olhar Digital

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