O presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), participou de um fórum em São Paulo com lideranças do agronegócio e falou sobre diversos aspectos do seu governo. Ele abordou as dificuldades encaradas durante a pandemia da Covid-19, afirmando que qualquer outro governo jamais enfrentou cenário parecido. Ele ressaltou que é preciso coragem e indicou que, em certas ocasiões, é necessário deixar o "politicamente correto" de lado. "Nenhum governo enfrentou o que nós enfrentamos, dois anos de pandemia, pesada política do "fica em casa e a economia a gente vê depois". E alguns querem colocar a culpa em mim das consequências. Quando fecharam as universidades, eu falei "as minhas três não fecharão. A Academia Militar das Agulhas Negras, Academia da Força Aérea e a Escola Naval". E se alguém morrer? "Bota a culpa em mim!". Ninguém sequer foi hospitalizado. Ou seja, nós temos que ter coragem para enfrentar as adversidades. Não podemos ser politicamente correto o tempo todo", disse.
Acompanhado de diversos ministros de Estado, em discurso ele também destacou a agilidade do governo em assegurar insumos para fertilizantes a fim de garantir a produção, apesar da crise global que envolve o produto devido à guerra entre Rússia e Ucrânia. "Fomos à Rússia. Conversei com o presidente Putin sobre a crítica de 99,9% da imprensa brasileira, sobre a crítica de outros países. Mas eu sou presidente do Brasil. Quero paz. Não quero guerra em lugar nenhum do mundo. Faço o possível por isso. Mas não posso trazer um problema lá de fora para o nosso colo sem poder solucioná-lo. Ficaríamos com dois problemas. Fizemos a nossa parte. O presidente Putin me atendeu muito bem, três horas de conversa. Quase 30 navios já aportaram aqui depois dessa conversa, garantindo insumos para o nosso agro. Imaginem o Brasil reduzindo a sua produtividade por falta de fertilizantes", comentou Bolsonaro.
O líder da nação ainda abordou um tema que frequentemente é alvo de críticas em seu governo, a preservação do meio ambiente. Bolsonaro lamentou os incêndios que têm devastado florestas no sudoeste da França há mais de 10 dias e ironizou aqueles que usam catástrofes para atacá-lo. "Florestas enormes sendo queimadas na França. Imaginem se fossem poucos hectares no pantal sul-mato-grossense como estaria a mídia brasileira tratando deste assunto. Lamentamos as milhares de mortes na França. Mas essas coisas acontecem e não se pode aproveitar momentos como esse, de catástrofe, para culpar outros países. E nós temos essa política por tradição", pontuou.
Sobre boatos de possíveis trocas de ministros, especialmente Carlos França, das Relações Exteriores, ele foi enfático em defender seus comandados dizendo que especulações só atrapalham. "Eu conversei agora com Carlos França, que o tempo todo é fustigado, dizendo que vou trocá-lo. Não tem nenhum motivo para trocar nenhum ministro no momento. E se tivesse jamais chegaria ao conhecimento da mídia, a não ser no dia da publicação. E essa forma de se divulgar essas notícias atrapalha a todos nós", opinou Bolsonaro. Paulo Guedes, ministro da Economia, recebeu elogios por ter enfrentado momentos difíceis e encontrado soluções. "Muita gente já pediu a cabeça dele para mim, no momento de crise, como se nesses momentos fosse a hora de trocar o paraquedas. Não, é momento de união. Quantas vezes eu fui lá na casa do Paulo Guedes conversar com ele, sozinhos: "como a gente vai resolver esse assunto? Porque tá no meu lombo, pô", e ele tinha a solução. Bolsonaro exaltou ainda as melhorias em relação à ferrovia norte-sul, sobre a banda 5G da internet e a redução nos preços dos combustíveis.
*Com informações do repórter Daniel Lian
Fonte: Jovem Pan