Mudança na lei da improbidade abre caminho para políticos condenados disputarem eleições em 2022

Legislação permite que crime não seja interpretado como grave, além de evitar condenações mais graves, pelo Lei da Ficha Limpa, por exemplo

Por Trago Verdades em 26/07/2022 às 12:32:18

Jose Lucena/Estadão Conteúdo

A lei de improbidade administrativa, criada em 1992, tentou reduzir a sensação de impunidade do Brasil no âmbito polĂ­tico. Mas, com o passar do tempo, os parlamentares em BrasĂ­lia viram que essa era a maneira mais fĂĄcil de afrouxar a lei, evitando assim punições mais severas. Hoje, o principal benefĂ­cio que ela dĂĄ a um polĂ­tico condenado é a brecha para que ele escape de uma punição da lei da ficha limpa. Improbidade administrativa ocorre quando um polĂ­tico é acusado de usar a mĂĄquina pĂșblica para se enriquecer de forma ilĂ­cita, quando usa o patrimônio pĂșblico em causa própria. ImprudĂȘncia ou imperĂ­cia do agente pĂșblico não é interpretado como um crime grave. Nepotismo também sofreu alterações na tipificação. Agora, não basta a nomeação de um familiar por um polĂ­tico, é preciso comprovar a intenção de beneficiar o parente envolvido. Hoje, a lei de improbidade administrativa é menos pesada que a anterior, que foi reformada e atualizada. Essa lei de improbidade sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) só consegue punir um polĂ­tico quando o ato de mĂĄ fé é comprovado minunciosamente na investigação. A lista de polĂ­ticos pegos pela lei de improbidade administrativa é longa e possui velhos conhecidos do povo brasileiro, como os ex-governadores Anthony Garotinho (União-RJ) e José Roberto Arruda (PL-DF) e o ex-prefeito Cesar Maia (PSDB-RJ), como também o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PTB-RJ) e o ex-ministro da SaĂșde, Eduardo Pazuello (PL-RJ). Livre de condenação, Arruda pode se candidatar nestas eleições; Garotinho estĂĄ impedido de concorrer pela Lei da Ficha Limpa por causa de mais uma condenação da Justiça Eleitoral.

*Com informações do repórter Maicon Mendes

Fonte: Jovem Pan

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