A lei de improbidade administrativa, criada em 1992, tentou reduzir a sensação de impunidade do Brasil no âmbito polĂtico. Mas, com o passar do tempo, os parlamentares em BrasĂlia viram que essa era a maneira mais fĂĄcil de afrouxar a lei, evitando assim punições mais severas. Hoje, o principal benefĂcio que ela dĂĄ a um polĂtico condenado é a brecha para que ele escape de uma punição da lei da ficha limpa. Improbidade administrativa ocorre quando um polĂtico é acusado de usar a mĂĄquina pĂșblica para se enriquecer de forma ilĂcita, quando usa o patrimônio pĂșblico em causa própria. ImprudĂȘncia ou imperĂcia do agente pĂșblico não é interpretado como um crime grave. Nepotismo também sofreu alterações na tipificação. Agora, não basta a nomeação de um familiar por um polĂtico, é preciso comprovar a intenção de beneficiar o parente envolvido. Hoje, a lei de improbidade administrativa é menos pesada que a anterior, que foi reformada e atualizada. Essa lei de improbidade sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) só consegue punir um polĂtico quando o ato de mĂĄ fé é comprovado minunciosamente na investigação. A lista de polĂticos pegos pela lei de improbidade administrativa é longa e possui velhos conhecidos do povo brasileiro, como os ex-governadores Anthony Garotinho (União-RJ) e José Roberto Arruda (PL-DF) e o ex-prefeito Cesar Maia (PSDB-RJ), como também o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PTB-RJ) e o ex-ministro da SaĂșde, Eduardo Pazuello (PL-RJ). Livre de condenação, Arruda pode se candidatar nestas eleições; Garotinho estĂĄ impedido de concorrer pela Lei da Ficha Limpa por causa de mais uma condenação da Justiça Eleitoral.
*Com informações do repórter Maicon Mendes
Fonte: Jovem Pan