O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta quinta-feira, 15, o desbloqueio das contas bancárias dos oito empresários alvos de operação de busca e apreensão da Polícia Federal acusados de defender, em um grupo de WhatsApp, um golpe de Estado, em caso de vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2022. Em despacho, Moraes justificou a suspensão dos bloqueios citando a passagem do 7 de setembro e a efetivação do afastamento dos sigilos bancários dos investigados, o que "possibilitará o aprofundamento da investigação e verificação de eventual financiamento de atos criminosos". "Não se configura mais necessária a manutenção do bloqueio dos ativos financeiros das pessoas nominadas", diz a decisão. Alexandre de Moraes afirma ainda que a investigação foi instaurada para verificar a existência de "esquemas de financiamento de atos antidemocráticos", constituindo ameaças à segurança de ministros da Suprema Corte e atentando contra a independência do Poder Judiciário, "com flagrante afronta à manutenção do Estado Democrático de Direito" e intuito de desestabilizar as instituições democráticas. "Tornaram necessário, adequado e urgente o bloqueio das contas bancárias dos investigados, diante da possibilidade de utilização de recursos para o financiamento de atos ilícitos e antidemocráticos, com objetivo de interromper a lesão ou ameaça a direito", justificou.
Os empresários que tiveram suas contas bancárias bloqueadas são Luciano Hang, proprietário do grupo de lojas de departamento Havan; Ivan Wrobel (W3 Engenharia); José Isaac Peres (Rede Multiplan); José Koury (Barra World); Afrânio Barreira Filho (Coco Bambu); Marco Aurélio Raymundo (Mormaii); Meyer Joseph Nigri (Tecnisa Engenharia); e Luiz André Tissot (Sierra Móveis). Além do bloqueio financeiro, os investigados também tiveram seus perfis nas redes sociais suspensos e quebra do sigilo bancário determinado. As ações ocorreram em cinco Estados: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará, em 23 de agosto. O conteúdo das mensagens trocadas pelos investigados veio a público em 17 de agosto deste ano, com a publicação de uma reportagem do site Metrópoles. Na conversa, os empresários falavam sobre os eventos programados para o 7 de setembro e afirmavam preferir um golpe do que um novo governo do Partido dos Trabalhadores, dado o desespero de um novo governo movido pela cleptocracia, desastroso economicamente e moralmente falido.
Fonte: Jovem Pan