Em outubro de 2021, pouco antes da invasão da Ucrânia pela Rússia, o youtuber Kyle Hill teve a chance de adentrar o novo "sarcófago" do reator 4 da usina nuclear de Chernobyl.
O tour no local é estritamente controlado e requere expressa permissão do governo ucraniano, sendo mais comum a visitação da região no entorno, como os prédios nos quais os trabalhadores moravam.
Para tanto, o visitante precisa passar por vários procedimentos, como medições constantes da radiação e a utilização de equipamentos de segurança, como capacete, óculos e máscara.
Caso um determinado nível de radiação seja atingido, os visitantes devem deixar o local imediatamente. Em seu tour, Hill relembra que "o nível de radiação no ambiente interno é mais de 100 vezes maior do que quase toda a Zona de Exclusão de Chernobyl".
Há alguns meses, o exército russo conseguiu tomar a região de Chernobyl, incluindo a usina nuclear. A invasão pôs a comunidade internacional em alerta, pois havia o receio de que a Rússia não permitiria o controle constante da planta nuclear, podendo causar novo desastre.
Porém, as tropas acabaram deixando a região, alegando envenenamento por radiação. A Ucrânia voltou a controlar a usina desde então. Ainda assim, durante a invasão, os níveis de radiação estiveram mais altos do que o normal.
O Novo Confinamento Seguro (NSC em inglês) é uma grande estrutura, mais alta que a Estátua da Liberdade e enorme o bastante para cobrir o Coliseu de Roma, desenvolvido em 2016 (e inaugurado em 2019) para selar o reator 4, epicentro do desastre nuclear ocorrido em 1986.
A expectativa dos cientistas é que a estrutura aguente 100 anos.
Atualmente, trabalhadores estão desmontando o que resta do reator, peça por peça, com grandes guindastes dentro do NSC. A estimativa é de haver ainda 200 toneladas de combustível radioativo dentro do que restou do reator, sendo que a limpeza total levará décadas.
Contudo, como era de se esperar, a invasão da Rússia atrapalhou essa limpeza, que regrediu bastante. Mesmo após a derrocada russa de Chernobyl, os trabalhadores e cientistas ainda não conseguiram normalizar os trabalhos, que estão distantes do normal.
Fonte: Olhar Digital