Varíola dos macacos pode levar à cegueira; entenda o risco 

Por Trago Verdades em 16/09/2022 às 10:27:20

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O Brasil jĂĄ entrou na rota da transmissão comunitĂĄria da monkeypox – nome oficial da varĂ­ola dos macacos. Para especialistas, embora campanhas de prevenção estejam sendo feitas, hĂĄ um tópico pouco falado e igualmente importante: o risco da doença levar à cegueira.

O perigo à saĂșde ocular ocorre devido à falta de hĂĄbitos simples, como higienizar as mãos, que podem ser decisivos para os olhos. As crianças são as mais propensas, no entanto, o risco pode ser grave também aos imunossuprimidos e gestantes. No surto atual, o Brasil jĂĄ registrou um caso de conjuntivite relacionado à varĂ­ola dos macacos, mais especificamente em um paciente em São Paulo.

varĂ­ola dos macacos medidas
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A comunidade cientĂ­fica que vem estudando os casos desde que a doença surgiu na África jĂĄ identificou nove alterações oculares, a mais frequente é o aumento dos gânglios linfĂĄticos perioculares, que ocorre em 75% dos casos. Na sequĂȘncia vĂȘm a Blefarite e a Conjuntivite (30%); Formação de vesĂ­culas na órbita e ao redor dos olhos (25%); Fotofobia ou aversão à luz (22,5%); Lesão foco conjuntival (17%); Ceratite (3,6% a 7,5%) e Úlcera na córnea (4%).

Segundo César Silveira, professor da Ulbra e médico oftalmologista, a mais preocupante das consequĂȘncias, no entanto, é a perda da visão. Um estudo realizado no Zire com 338 pacientes mostrou que a cegueira pode ocorrer em 10% das contaminações primĂĄrias e 5% das secundĂĄrias. Silveira explica que os danos oculares podem acontecer por conta do toque na lesão corporal e o ato de levar as mãos aos olhos, sem higienizar. "Isto é mais frequente do que se imagina, pois quando a ferida começa a secar, manifesta coceira e, muitas vezes a pessoa esquece de lavar as mãos", disse o oftalmologista.

O contĂĄgio pode ocorrer ainda através de contato com utensĂ­lios e roupas utilizados por um doente ou pelo contato com secreção das lesões de pele, saliva ou gotĂ­culas das vias respiratórias. Basta tocar um desses elementos, levar a mão ao olho e a contaminação do globo ocular acontece. "Por isso, é muito importante a higienização", enfatiza o médico.

Silveira pontua que, no caso dos olhos, a segurança só ocorre após a eliminação de todas as crostas – manchas vermelhas que posteriormente se transformam em vesĂ­culas cheias de lĂ­quido viscoso que contém o vĂ­rus, e evoluem para pĂșstulas com pus que secam e formam a crosta. O especialista aconselha que todo paciente com suspeita de varĂ­ola dos macacos consulte um oftalmologista, a fim de não incorrer em riscos de automedicação e piorar um possĂ­vel quadro clĂ­nico. Um colĂ­rio com corticoide, por exemplo, pode aumentar a resistĂȘncia do vĂ­rus, afinar a córnea e provocar perfuração. O tratamento vai variar de acordo com a avaliação do profissional.

Como prevenir a contaminação dos olhos em caso de varĂ­ola dos macacos?

Conforme dicas do Dr. Silveira: consultar um oftalmologista; lavar as mãos com frequĂȘncia; evitar coçar os olhos; uso de mĂĄscara nos contatos mais próximos com outras pessoas; e evitar uso de colĂ­rios sem orientação médica.


Fonte: Olhar Digital

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