Imagine assistir a sua série favorita na sua próxima viagem de avião! A Starlink, empresa de Elon Musk, está empenhada em tornar isso realidade – e, poderá, inclusive chegar rapidamente em voos comerciais.
Atualmente, a empresa quer mostrar ao mundo que seu sistema de satélites consegue fornecer acesso a serviços de streaming, como, por exemplo, Netflix e YouTube. Por isso, recentemente, a Starlink organizou uma demonstração a bordo de um jato da transportadora JSX, nos Estados Unidos.
Nesse voo de teste JSX, com cerca de uma dúzia de pessoas a bordo, o sistema Starlink registrou consistentemente capacidades de transmissão superiores a 100 megabits por segundo, conforme medido pelo aplicativo Ookla, que mede velocidade de internet.
Se você não se lembra, a proposta da Starlink é fornecer banda larga de qualidade inclusive em áreas remotas do planeta. Para conseguir isso, ela utiliza um conjunto de mais de 3 mil pequenos satélites que circundam o planeta em 90 a 120 minutos em uma órbita baixa.
Essa abordagem é justamente o que diferencia a empresa. Afinal, o sinal de internet chega mais cedo para seus 400 mil clientes, já que eles não dependem de grandes e poderosos satélites – que são mais lentos e orbitam mais distante da Terra.
Outra vantagem de usar o sistema da Starlink nos aviões está no tamanho reduzido de sua antena plana, não muito maior do que uma caixa grande de pizza. É menos volumoso do que as antenas parabólicas giratórias amplamente utilizadas por outros serviços de satélite. Por isso, ela se encaixa sem esforço no corpo dos jatos regionais menores – como o da Embraer que a JSX utiliza.
Por outro lado, como apontou em nota a B. Riley Financial, os pequenos satélites têm menos capacidade e podem ter dificuldades para atender às necessidades de grandes aeronaves em céus lotados. No entanto, a SpaceX disse que as projeções subestimam a rapidez com que o sistema está evoluindo.
Neste sentido, reguladores dos Estados Unidos recentemente recusaram usar o serviço em troca de um subsídio governamental de US$ 866 milhões com a justificativa de que a tecnologia ainda está em desenvolvimento.
Por um lado, será um desafio para Musk entrar em um mercado consolidado e extremamente competitivo. Por outro, também representa uma oportunidade imperdível de negócio em um mercado em expansão.
Afinal, atualmente, de acordo com a empresa de pesquisa e consultoria NSR, cerca de 10 mil aeronaves comerciais já possuem wireless em voo, um número projetado para ultrapassar 36 mil até 2031. Além disso, espera-se que a receita anual no mercado suba de US$ 1,9 bilhão, em 2021, para mais de US$ 7,3 bilhões até 2031.
"Você tem que fazer funcionar e tem que ser barato", disse Chris Quilty, sócio da Quilty Analytics, consultor da indústria espacial e de satélites. "É um mercado muito complexo. E as companhias aéreas têm sido historicamente extremamente cautelosas."
Ainda assim, depois de ser rejeitada por quatro das maiores companhias aéreas dos Estados Unidos, a Starlink conseguiu fechar contrato com duas empresas, a JSX e Hawaiian, em abril deste ano.
Via Bloomberg.
Fonte: Olhar Digital