Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), os dois candidatos mais competitivos das eleições 2022, segundo as pesquisas de intenção de voto, avançaram sobre "território inimigo" neste sábado, 17. A agenda do atual presidente contemplou uma motociata pelo interior de Pernambuco, um dos principais redutos do PT. Segundo o último levantamento Datafolha para o Estado, Lula tem 45% contra 34% de seu principal oponente. No momento em que parou para discursar, o atual mandatário destacou o valor maior do Auxílio Brasil em relação ao Bolsa Família, relembrou episódios de corrupção em que o adversário esteve envolvido e disse que ganhará no primeiro turno. "Lá atrás, o Bolsa Família começava pagando R$ 80 por mês para a família. Se o chefe [da família] arranjasse emprego, perdia o Bolsa Família. No nosso governo, nós acabamos com o Bolsa Família e criamos o Auxílio Brasil, e o valor passou a ser no mínimo R$ 600. E mais, você pode arranjar emprego que não vai perder o Auxílio Brasil." O trajeto de Bolsonaro sobre duas rodas começou em Santa Cruz do Capibaribe e terminou em Caruaru. De lá, foi de helicóptero para Garanhuns, cidade onde o líder petista nasceu. O presidente almoçou com empresários e líderes religiosos na Associação Garanhuense de Atletismo (AGA). Do lado de fora, seus apoiadores gritavam "Lula, ladrão, seu lugar é na prisão". O Partido dos Trabalhadores orientou a militância a não protestar nas ruas.
Aliados do Presidente, postaram sobre a visita à cidade-natal de Lula:
<blockquote class="twitter-tweet"><p lang="pt" dir="ltr">Carnaval? Não! É o povo com Bolsonaro hoje em Garanhuns no Pernambuco. Surreal! <a href="https://t.co/dPg7O6Xx4w">pic.twitter.com/dPg7O6Xx4w</a></p>— MarioFrias 2208 (@mfriasoficial) <a href="https://twitter.com/mfriasoficial/status/1571244688581050370?ref_src=twsrc%5Etfw">September 17, 2022</a></blockquote> <script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script>
Lula, por sua vez, fez um comício em Curitiba, berço da Lava-Jato, a operação liderada pelo Ministério Publico do Paraná que investigou um esquema de corrupção entre o governo federal e as principais empreiteiras do Brasil e levou o petista à prisão. Durante 580 dias, Lula ficou detido na carceragem da Polícia Federal em Curitiba. Sua soltura ocorreu em 8 de novembro de 2019. Pouco menos de três anos depois, o ex-presidente voltou à capital paranaense no alto de um palanque. "Tem gente que pensa que fiquei com ódio de Curitiba porque fiquei preso aqui. Se vocês soubessem, a cadeia me fez aprender a amar Curitiba. Foi ali na cadeia que eu conheci a Janja", disse o petista. Coube a Gleisi Hoffmann, presidente do PT, criticar Sergio Moro, juiz que condenou o presidenciável do partido a nove anos e seis meses de prisão em 2017. Hoje o ex-ministro da Justiça de Bolsonaro é candidato ao Senado pelo Paraná. "Curitiba não é uma república. Nunca foi. E é essa capital do Paraná que vai dar a maior derrota para Sergio Moro. Nós temos um compromisso aqui com a Rosane [Ferreira, candidata a senadora pelo PV com apoio do PT]. O compromisso aqui é de derrotar Sergio Moro nas urnas. Não será senador do Paraná." Em 2021, o Supremo Tribunal Federal (STF) considerou que a vara de Curitiba era incompetente para julgar Lula e que Moro agiu com parcialidade no caso.
Terceiro colocado nas pesquisas, Ciro Gomes (PDT) fez uma caminhada com apoiadores em Trindade, região metropolitana de Goiânia. O pedetista fez um aceno para o governador Ronaldo Caiado (União Brasil), que disputa a reeleição no Estado. "Ele é disparado o melhor candidato na situação contemporânea de Goiás. Se eu fosse eleitor aqui de Goiás e tivesse a honra de votar junto com o povo goiano, votaria no Caiado", declarou Ciro. O governante goiano é aliado de Bolsonaro, mas distanciou-se do presidente durante o auge da crise da Covid-19. Já Simone Tebet (MDB) participou de um "adesivaço" (distribuição de seu material de campanha) em Cidade Tiradentes, bairro da zona leste de São Paulo.
Fonte: Jovem Pan