Pesquisadores identificam moléculas associadas à depressão em idosos

Por Trago Verdades em 20/09/2022 às 04:02:20

Imagem: CGN089 - Shutterstock

Uma pesquisa liderada pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) identificou conjunto de proteínas ligadas à depressão tardia, doença que acomete idosos.

Foram determinadas moléculas que podem contribuir para diagnósticos e tratamentos mais eficazes. O estudo, que foi publicado no periódico europeu Journal of Proteomics, envolve também cientistas das universidades da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), de Connecticut, nos EUA e de Toronto, no Canadá.

Daniel Martins-de-Souza, professor da Unicamp e coordenador do trabalho, destaca que um dos objetivos é entender a similaridade com a depressão. "Ainda não temos ideia do quão similar, do ponto de vista molecular, essa depressão tem com a depressão maior, que afeta quase 10% da população. E, da mesma forma como (ocorre) para depressão maior, não temos biomarcadores que possam identificar ou predizer que alguém vai desenvolver isso no futuro", apontou.

Uma das diferenças entre as duas manifestações da doença pode estar ligada ao aspecto ambiental. "Ou seja, as pessoas passam por experiências na vida que acabam dirigindo mudanças biológicas que levam à depressão. Isso também é verdade para a depressão maior, mas essas características podem ser mais proeminentes nas pessoas com depressão tardia", relaciona.

De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), pelo menos seis a cada 100 pessoas, entre 65 e 74 anos, serão diagnosticadas com depressão.

Estudo

Foram estudadas amostras sanguíneas de 50 pessoas, das quais 19 tinham diagnóstico de depressão tardia. A análise mostrou diferenças significativas na concentração de 96 proteínas. Entre elas, 75 são candidatas para a determinação de identidade molecular para a doença geriátrica.

"Conseguimos achar o que chamamos de assinatura molecular. Ou seja, identificamos algumas moléculas no sangue que teriam esse poder de distinguir quem tem a depressão e quem não tem", explicou Martins-de-Souza.

As próximas etapas do estudo envolvem coleta de novas amostras dessa população. A ideia é "quantificar especificamente estas 75 proteínas para ver se a conseguimos replicar esses dados", explica o coordenador.

Além disso, a doutoranda Lícia Silva-Costa, do Laboratório de Neuroproteômica da Unicamp e uma das autoras do estudo, identificou seis proteínas que tem correlação com a severidade dos sintomas. "Também pode ser marcação para predizer que uma pessoa vai ter piora muito grande de sintomas, o que poderia ser previamente tratado", acrescenta Daniel. A proposta agora também é validar essas informações com novas amostras.

Via Agência Brasil


Fonte: Olhar Digital

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