Após anunciar que vai deixar a Estação Espacial Internacional (ISS) após 2024, a Rússia agora revelou planos para a construção de sua própria estação, a Estação de Serviço Orbital Russo (ROSS), que, segundo as previsões da Roscosmos, deve entrar em operação em 2028.
Em entrevista concedida na última terça-feira (26), o diretor de voo do segmento russo da ISS, Vladimir Solovyov, declarou que "precisamos decidir o que fazer no futuro, e já começar a trabalhar em programas tripulados que serão implementados após esse período".
De acordo com informações da Roscomos, a construção da primeira fase do conjunto do posto avançado da ROSS contaria com um novo navio de abastecimento e um novo veículo de transporte e deve começar em 2028. A segunda fase do projeto contaria com mais dois módulos grandes, com previsão de início para 2030.
A expectativa de Solovyov é de que a estação seja usada como um instrumento de apoio aos cosmonautas que se preparam para viagens espaciais feitas até a Lua ou até Marte. Além disso, uma vez pronta, a estação pode ser palco de diversos experimentos científicos, setor que, segundo o diretor, enfrenta limitações na ISS.
Dentre os possíveis experimentos planejados, destacam-se aqueles relacionados com a física de raios cósmicos, tecnologia espacial, ciência de materiais espaciais (incluindo nanotecnologias) e robôs.
Segundo Vladimir, os cosmonautas não ficarão muito tempo na ROSS. A intenção é de que sejam feitas visitas pontuais à base, durante alguns meses no ano com o objetivo de desenvolver pesquisas. Essa medida serve principalmente para mitigar gastos, já que fornecer recursos básicos como alimentação, suprimento de água e oxigênio, é bastante caro.
Yuri Borisov, o novo chefe da Roscosmos, a agência espacial da Rússia, revelou que o país realmente decidiu deixar a Estação Espacial Internacional (ISS), confirmando ameaças feitas anteriormente em resposta a sanções aplicadas pelos EUA após a invasão da Ucrânia. Segundo ele, a participação russa no programa colaborativo se encerra no fim de 2024.
"A decisão de deixar a estação após 2024 foi tomada", disse o vice-primeiro-ministro, que foi nomeado para administrar a Roscosmos após o desligamento de Dmitry Rogozin, há cerca de duas semanas.
Segundo a agência de notícias Reuters, a NASA disse ainda não ter sido formalmente comunicada. "Nada oficial ainda", afirmou Robyn Gatens, diretora do programa estação espacial da agência norte-americana. "Nós literalmente acabamos de ver isso também. Não recebemos nada oficial".
Logo que a invasão da Ucrânia foi ordenada por Vladimir Putin, o Olhar Digital entrou em contato com a NASA para saber sobre os impactos do conflito nas operações do laboratório orbital, construído e mantido por um consórcio de 15 países entre os quais os EUA e a Rússia são os membros mais importantes. Na ocasião, a agência afirmou que "tudo permanece como de costume".
Via: Space.com
Fonte: Olhar Digital