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Decadência

De traidores a decadentes: os fracassos da eleição de 2022

Candidatos que outrora tiveram sucesso, mas, por decadência, escândalos ou traições, foram desprezados pelo eleitorado


Pablo Valadares/Câmara dos Deputados - Michel Jesus/Câmara dos Deputados - Luis Macedo / Câmara dos Deputados/Joshua Roberts Câmara dos Deputados/Reprodução UOL/Zanone Fraissat Folhapress/Reprodução T

Após a realização das eleições legislativas no último domingo, 2, foram definidos os parlamentares que representarão os brasileiros no Congresso Nacional ou nas Assembleias Legislativas de seus respectivos Estados. No total, foram eleitos 27 novos senadores e 513 deputados federais, além dos deputados estaduais. Com a definição, foi possível identificar quais nomes não obtiveram sucesso em sua corrida e protagonizaram derrotas emblemáticas no pleito geral deste ano. Nomes que já foram ex-presidentes da Câmara dos Deputados, dos mais votados da história para a Casa, bolsonaristas que se distanciaram do governo federal ou ex-membros de amplos movimentos políticos ficarão de fora da próxima legislatura. A equipe de reportagem da Jovem Pan realizou um levantamento para identificar quais candidatos buscavam evocar o sucesso do passado para se eleger, mas que não conseguiram. Confira abaixo:

Alexandre Frota (PSDB)

Antes de figurar na política, o artista passou a ser um dos integrantes do bolsonarismo. Chamando o presidente de "mito", Jair Bolsonaro chegou a declarar que nomearia Frota ao cargo de Ministro da Cultura caso fosse eleito presidente da República. O ator lançou-se como candidato à Câmara dos Deputados, se elegeu com mais de 155 mil votos e integrava o bloco de apoio ao governo federal. Durante a pandemia, o parlamentar passou a se distanciar e a tecer criticas à gestão do Executivo e acabou expulso do PSL. Frota filiou-se ao PSDB e passou a realizar campanha para ser eleito deputado estadual em São Paulo, mas teve pouco menos de 25 mil votos. A quantia foi insuficiente para conquistar uma cadeira na Assembleia Legislativa paulista.

Joice Hasselmann (PSDB)

Uma das poucas deputadas na história a se eleger para mais de um milhão de votos, a comunicadora foi uma das principais bolsonaristas eleitas à Câmara dos Deputados com massiva representatividade. Em 2019, a parlamentar foi eleita líder do governo na Casa legislativa, mas rompeu com o governo federal após um desentendimento com o presidente Jair Bolsonaro. Dois anos depois, a jornalista deixou o PSL e migrou para o PSDB. A tucana tentou reconquistar sua vaga na Câmara, mas obteve uma queda de 98,75% do seu eleitorado e passou de 1.078.666 votos em 2018 para 13.510 neste domingo. Joice, portanto, não mais estará no Congresso na próxima legislatura.

Fernando Holiday (Novo)

No auge da queda da presidente Dilma Rousseff (PT), o militante integrava o Movimento Brasil Livre (MBL) e ingressou na política como o vereador mais novo a ser eleito na cidade de São Paulo em 2016, quando tinha 20 anos. Por divergências com as pautas do MBL, Holiday optou por deixar o movimento. Quatro anos depois, o político teve seu mandato renovado e buscou, agora, um salto para ir à Brasília. Com sua candidatura à Câmara dos Deputados, Fernando obteve 38.118 votos e não conseguiu eleitores suficientes para integrar o Legislativo federal.

Eduardo Cunha (PTB)

Então deputado federal e presidente da Casa durante o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), o político mudou seu domicílio eleitoral para o Estado de São Paulo e buscava um retorno à Câmara. Com o slogan de "tirar o PT de novo" do poder, Cunha teve pouco mais de 5 mil votos e ficou na 383ª posição no ranking de candidatos mais bem votados entre os eleitores paulistas.

Kátia Abreu (PP)

Integrante da chapa presidencial que concorreu ao Planalto em 2018, junto com Ciro Gomes (PDT), a senadora pleiteava a reeleição ao Senado Federal pelo Estado do Tocantins. Integrante da bancada ruralista, Kátia foi a primeira mulher a ser eleita à Casa Alta do Legislativo com quase 282 mil eleitores. No último domingo, a parlamentar obteve apenas 18,5% dos votos válidos e sua vaga no Senado Federal será, à partir da próxima legislatura, da deputada federal Professora Dorinha (União Brasil).

Álvaro Dias (Podemos)

Padrinho político de Sergio Moro (União Brasil) e entusiasta da Operação Lava Jato, Álvaro encontra-se no Senado Federal há mais de 20 anos. O político buscava outro mandato de oito anos como senador e disputava a vaga contra o ex-juiz Moro. Com 24% dos votos válidos no Paraná, o parlamentar não ficou atrás apenas do ex-ministro, que teve 34% do eleitorado e foi eleito, como também de Paulo Martins (PL), que conquistou 29% dos votos e foi o segundo candidato mais votado no Estado.

José Serra (PSDB)

Ex-ministro das Relações Exteriores na gestão Michel Temer, ex-ministro da Saúde e ex-ministro do Planejamento e Orçamento no governo Fernando Henrique, ex- governador do Estado de São Paulo, ex-prefeito de São Paulo e ex-deputado federal, José Serra ocupa atualmente o cargo de Senador por São Paulo. Neste ano, o tucano lançou-se à Câmara dos Deputados como um dos nomes fortes ao PSDB. Os 88.926 votos não foram suficientes para se eleger de maneira direta e Serra será o terceiro suplente da federação PSDB/Cidadania, saindo da vida pública eletiva nos próximos anos.

Romero Jucá (MDB)

Senador por Roraima em três oportunidades, o tradicional político buscava retornar ao poder após ser um dos alvos da Operação Lava Jato e ser pego, em 2015, em um telefone grampeado defendendo o impeachment de sua chefe. O parlamentar ocupava o posto de ministro do Planejamento de Dilma Rousseff no episódio. No último domingo, foi derrotado por Hiran Gonçalves (Progressistas) e obteve 35,74% dos votos.

Dayane Pimentel (União Brasil)

Mulher mais votada do estado da Bahia em 2018, a deputada rompeu com Bolsonaro em outubro de 2019 (quando foi flagrada em um grampo tecendo críticas ao Presidente). Ela não conseguiu se reeleger numa tentativa de vôo independente de Bolsonaro. Dos 136.742 conquistados no primeiro mandato, Dayane só teve agora 29.979.

Delegado Waldir (União Brasil)

Figura central do conflito que provocou o rompimento do Presidente Bolsonaro com o PSL, o Delegado Waldir, sido o deputado mais votado do estado de Goiás em 2018. A polêmica ainda teve o xingamento ao presidente quando o chamou de "vagabundo". Não conseguiu se eleger para o senado, ficando em terceiro lugar com apenas 539.219 votos.

Henrique Mandetta (União Brasil)

Ex-ministro da Saúde de Bolsonaro, Mandetta teve uma saída conturbada do cargo, por divergência com o presidente sobre a condução das ações de combate à pandemia de Covid-19. Rompido com o mandatário, chegou a ser cogitado até para se candidatar à presidência. Optou por concorrer a uma vaga no senado pelo Mato Grosso do Sul, mas acabou sendo derrotado por Teresa Cristina, sua ex-colega de ministério.

Abraham Weintraub (PMB)

Polêmico ministro da Educação, Weintraub saiu do governo após o desgaste proveniente da divulgação da reunião ministerial. Na ocasião, chegou a dizer que por ele, prenderia todos os vagabundos, "começando no STF". Desligou-se do governo, que o indicou para um cargo no Banco Mundial, nos EUA. Ao retornar, este ano, começou a tecer críticas ao presidente e com isso, perdeu o apoio que ainda tinha entre os eleitores. Na tentativa, em voo solo, de chegar à câmara dos deputados, foi derrotado junto com seu irmão Arthur, quando somados, tiveram apenas cerca de 6.000 votos.

Janaina Paschoal (PRTB)

Autora do pedido de impeachment de Dilma Roussef, Janaina, foi a deputada estadual mais votada do país em 2018, na onda "bolsonarista" e de combate ao PT. Tentou agir "com independência", inclusive chegando a pedir a renúncia do presidente durante a crise mais aguda da pandemia. Sem apoio, tentou lançar-se ao senado, mas acabou sendo derrotada, com apenas 447,5 votos (bem aquém dos mais de 2 milhões obtidos quando eleita deputada).

Jovem Pan

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