O Indicador de Incerteza da Economia (IIE-Br), calculado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre), subiu 0,2 ponto em julho, para 120,8 pontos, o maior nível desde março deste ano (121,3 pontos). A economista do Ibre Anna Carolina Gouveia, ressaltou que o número permaneceu praticamente estável, apesar de estar em um patamar considerado historicamente elevado, acima dos 120 pontos. “O resultado continua sendo influenciado pela pressão inflacionária no Brasil e no mundo e à política de aperto monetário global, colocando em xeque o crescimento mundial nos próximos meses. No Brasil, adicionalmente, houve piora do cenário fiscal para 2023, e do cenário político, com a proximidade das eleições presidenciais. Diante deste cenário, é possível que o indicador continue a oscilar em níveis ainda elevados nos próximos meses”, afirmou Gouveia, em comentário sobre o relatório.
O IIE-Br é composto de dois índices, que caminharam em direções opostas no mês. O componente de Mídia, baseado na frequência de notícias com menção à incerteza nas mídias impressa e online, e construído a partir das padronizações individuais de cada veículo, subiu 3,0 pontos, para 117,7 pontos, contribuindo com 2,6 pontos para o índice agregado (80% do total). O componente de Expectativas, que mede a dispersão nas previsões de especialistas para variáveis macroeconômicas, recuou 11,1 pontos, para 124,7 pontos, contribuindo negativamente com 2,4 pontos para a evolução na margem do IIE-Br (20% do índice geral). “Apesar do forte recuo do componente de Expectativa do IIE-Br no mês, este indicador se mantém em patamar elevado, refletindo as heterogeneidades das previsões dos especialistas para variáveis chaves na economia. O recuo de julho devolve apenas 31% da alta de 36,2 pontos do IIE-Br Expectativa entre fevereiro e junho”, avalia Gouveia.
Fonte: Jovem Pan