À luz da mais recente pesquisa Datafolha, divulgada na quinta-feira, 28, aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL) traçaram uma estratégia para tentar melhorar o seu desempenho entre o eleitorado feminino. O chefe do Executivo federal cresceu seis pontos percentuais (de 21% para 27%) em relação ao levantamento anterior, do dia 23 de junho, acima da margem de erro do segmento, que é de três pontos percentuais. Apesar do aumento, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda lidera por 46% a 27%. Diante do resultado, segundo apurou a Jovem Pan, líderes do Partido Liberal (PL) preparam uma espécie de cartilha com projetos e ações destinadas ao público feminino que foram feitas pelo governo federal desde o início do mandato de Bolsonaro. A ideia é clara: diminuir a rejeição e melhorar a imagem do mandatário do país entre as mulheres, maioria do eleitorado brasileiro.
De acordo com um integrante da cúpula do PL ouvido pela reportagem, o partido elaborou um texto que elenca todos as ações feitas pelo governo. O material será redistribuído para "a ponta da linha", ou seja, para prefeitos, deputados estaduais, deputados federais e senadores. Além disso, os aliados do presidente preparam vídeos curtos com declarações da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, que serão divulgados nas redes sociais e em grupos de apoiadores. Na convenção nacional do partido, no domingo, 24, Michelle disse que Bolsonaro "sancionou 70 novas leis de proteção à mulher". "Falam que ele não gosta de mulheres e ele foi o presidente da história que mais sancionou leis para as mulheres, para proteção das mulheres. Setenta leis, setenta leis para proteção das mulheres", afirmou a primeira-dama. O trecho da declaração foi compartilhado pelo senador Flávio Bolsonaro, um dos principais coordenadores da campanha do presidente, em seu perfil oficial no Twitter.
O crescimento de Bolsonaro entre as mulheres foi comemorado pelo QG da reeleição. Na avaliação dos coordenadores da campanha, há espaço para um crescimento maior, sobretudo a partir da segunda quinzena de agosto, quando o governo deve começar a pagar as parcelas de R$ 600 do Auxílio Brasil. De acordo com o Datafolha divulgado na quinta-feira, 28, a rejeição do presidente entre o eleitorado feminino recuou sete pontos percentuais entre as pesquisas de junho e julho – fora da margem de erro de três pontos percentuais. Há um mês, 61% das mulheres declaravam não votar de jeito nenhum no mandatário do país. Agora, esse índice é de 54%. O entorno presidencial também espera um maior envolvimento da primeira-dama nas próximas agendas da campanha. Dentro do governo, Michelle Bolsonaro é vista como uma figura carismática, com boa comunicação, uma espécie de trunfo para atenuar a objeção de Bolsonaro entre as mulheres.
Fonte: Jovem Pan