O ditador da Nicarágua, Daniel Ortega, enviou ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) uma carta na qual demonstra apoio ao petista e parabeniza o candidato pelos resultados do primeiro turno eleições de domingo 2, dizendo que o momento é de "triunfo para as famílias e o povo do Brasil".
Ortega, que está na Presidência da Nicarágua desde 2007, tem fechado igrejas e órgãos de comunicação, perseguido cristãos e levado à prisão padres e adversários políticos.
Assinada também pela mulher de Ortega, Rosario Murillo, que é a vice-presidente do país, a carta chama Lula de "companheiro" e de "irmão" e é escrita em linguagem inclusiva, com o uso de palavras como "tod@s" e "companheir@s".
Ortega e Rosario encerram a carta citando a mulher de Lula, Janja, a ex-presidente Dilma Rousseff, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e a secretária de Relações Internacionais Mônica Valente. "Estamos com vocês, percorrendo novos caminhos para os novos tempos de alegria e bem-estar, de confiança e lucidez, de vida e de verdade, para seu povo e para nosso continente", finalizam.
Em seu discurso na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em 20 de setembro, o presidente Jair Bolsonaro (PL) mencionou a "cruel perseguição do regime ditatorial da Nicarágua". "Quero aqui anunciar que o Brasil abre suas portas para acolher os padres e as freiras católicos que têm sofrido cruel perseguição do regime ditatorial da Nicarágua. O Brasil repudia a perseguição religiosa em qualquer lugar do mundo", disse Bolsonaro.
O papa Francisco tem defendido o diálogo entre a Igreja Católica e a ditadura de Ortega.
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Revista Oeste