A indústria paulista encerrou o segundo trimestre com crescimento de 4% nas horas trabalhadas em relação aos 3 meses anteriores. As vendas subiram 1,8% e os salários 0,2%. O NUCI, que significa Nível de Utilização da Capacidade Instalada, manteve estabilidade com alta de 0,1%. Os dados são do levantamento de conjuntura da Fiesp/Ciesp. As vendas reverteram a perda em maio de 0,5% com um avanço agora de 2,1% em junho. Os destaques industriais estão nos segmentos têxteis, com crescimento de 10%, máquinas e equipamentos, com 9,7% de aumento e de alimentos com 5,5%.
A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) ressalta que, apesar dos dados positivos no último trimestre, as variações acumuladas em 12 meses colocam o setor ainda em alerta. As vendas tiveram retração de 9,8%, os salários registraram queda de 2,3% e as horas trabalhadas, apesar do acúmulo positivo até junho de 1,9%, apresentam tendência de desaceleração pelo nono mês consecutivo. A recuperação é explicada pela liberação de recursos do FGTS, a antecipação da primeira parcela do décimo terceiro salário aos aposentados e pensionistas e o retorno da atividade econômica em 2022 sem fechamentos causados pela pandemia, o que favoreceu o desempenho de serviços e o comércio.
A ampliação dos valores do Auxílio Brasil gera expectativas para impulsionar ainda mais o aquecimento da economia, mas os fatores negativos que pesam ainda são a inflação de dois dígitos em 12 meses, o forte aumento dos juros, a incerteza fiscal, o período eleitoral, a desaceleração econômica global e o alto custo das matérias primas, que devem colaborar para o desaquecimento da atividade produtiva a partir do segundo semestre desse ano.
*Com informações do repórter Marcelo Mattos
Jovem Pan