PGR defende arquivamento de investigação contra Bolsonaro por vazamento de dados sigilosos

Lindôra Araújo, vice-procuradora-geral, também acusou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, de violar o sistema acusatório

Por Trago Verdades em 01/08/2022 às 16:21:21

Gil Ferreira/ Agência CNJ

A Procuradoria-Geral da RepĂșblica (PGR) reafirmou nesta segunda-feira, 1Âș, seu pedido para que o Supremo Tribunal Federal (STF) arquive o inquérito que apura um possĂ­vel vazamento de informações sigilosas da PolĂ­cia Federal cometido pelo presidente Jair Bolsonaro (PL). Em seu parecer, a vice-procuradora-geral Lindôra AraĂșjo nega que Augusto Aras, o comandante da PGR tenha atuado de maneira irregular e que seu pedido para que as investigações fossem encerradas foi baseado sem "qualquer desiderato [desejo] de prejudicar ou beneficiar determinadas pessoas".

Lindôra também acusou o ministro Alexandre de Moraes, do STF, de violar o sistema processual acusatório após a PGR, em fevereiro, solicitar o arquivamento do caso e o magistrado solicitar à PF um relatório sobre o material obtido nas quebras de sigilo. Para a vice-procuradora, a decisão do ministro deveria ser revogada ou ter sido levada a plenĂĄrio. "Assim, na prĂĄtica, o eminente Relator adentrou nas funções precĂ­puas e exclusivas do Ministério PĂșblico, o que é vedado pelo sistema constitucional brasileiro, de maneira a inquinar a sua decisão de nulidade", argumentou.

A ação da PGR refere-se a um compartilhamento de informações realizado pelo presidente Jair Bolsonaro em agosto de 2021, onde o mandatĂĄrio publicou nas suas redes sociais a Ă­ntegra de um inquérito da PolĂ­cia Federal sobre um suposto ataque ao sistema do Tribunal Superior Eleitoral. À época, a Procuradoria-Geral da RepĂșblica manifestou-se de maneira contrĂĄria a abertura do inquérito contra o presidente.

Fonte: Jovem Pan

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