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"PL que reduz poder de governadores sobre PM visa diminuir a influência política", diz relator

Segundo cabo Junio Amaral, o projeto prevĂȘ que os chefes dos Executivos estaduais continuem escolhendo o comando de suas polĂ­cias, mas a partir de uma lista trĂ­plice votada e indicada pelos agentes da ativa


A Câmara dos Deputados deve votar nesta terça-feira, 2, um projeto de lei que tem por objetivo reduzir o poder de escolha dos governadores no comando da PolĂ­cia Militar (PM) de seus Estados. O texto de autoria do deputado José Nelto (Progressistas-GO) prevĂȘ a escolha de comandantes-gerais, que terão um mandato de dois anos, a partir de uma lista indicada ao governador pela própria polĂ­cia. Relator do projeto na Comissão de Segurança PĂșblica da casa, o deputado federal cabo Junio Amaral (PL-MG) afirmou que a ideia é reduzir a influĂȘncia polĂ­tica dos governadores, mantendo a conexão do comandante com a tropa e com a segurança pĂșblica. "A lista trĂ­plice serĂĄ formada por votação de todos os membros da ativa das polĂ­cias militares. É um formato que jĂĄ existe em diversas outras instituições. O propósito principal é diminuir a influĂȘncia polĂ­tica da seguinte forma: às vezes, o governador é eleito e, com autonomia para escolher um nome, ele vai lĂĄ e pinça alguém do seu grupo polĂ­tico. E, muitas vezes, um grupo criminoso. Como jĂĄ aconteceu em Minas Gerais. Como acontece na maioria das vezes em que o PT governa um Estado. São pessoas em total desconexão com a segurança pĂșblica de fato. E que, muitas vezes, ultrapassam vĂĄrios outros colegas que são mais antigos, mais competentes, que tĂȘm conexão com a tropa, que falam a mesma linguagem da tropa e que prestam serviço à sociedade. Então, para evitar esse carĂĄter estritamente polĂ­tico, vai continuar sendo o governador [que escolhe], mas de um rol de coronéis alinhados ao perfil da tropa da polĂ­cia militar dos respectivos Estados", afirmou o cabo Junio Amaral em entrevista ao vivo para o Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, nesta terça.

Questionado sobre uma necessidade eventual de retirada do comandante do seu posto pelo governador, como em casos de uso polĂ­tico do cargo, o deputado afirmou que o projeto não prevĂȘ nenhuma estabilidade profissional para o escolhido. "Não hĂĄ estabilidade alguma na ocupação desse posto. O que hĂĄ mesmo é esse filtro, que o governador não poderia escolher de qualquer maneira, com critérios subjetivos. A questão de uma eventual exoneração foi discutida na Ășltima reunião. EstĂĄvamos prestes a aprovar o projeto e um dos deputados levantou um incomodo a cerca dessa questão, da exoneração. Eu previa no texto anterior que a exoneração precisaria passar pela Assembleia Legislativa dos respectivos Estados. Agora, para apresentação do relatório hoje na comissão, nós retiramos essa parte, deixamos, sim, a critério do governador essa exoneração. Porém, ele precisa continuar seguindo os colocados na lista [anterior de indicação para ocupar o cargo]. E se, numa situação hipotética, precisar exonerar trĂȘs comandantes seguidos, a gente acha que isso seria muito difĂ­cil, que se abra uma nova votação. Isso deverĂĄ ser regulamentado depois", explicou o parlamentar.

O relator do projeto também desmentiu que o projeto de lei proponha transferir o poder de escolha dos governadores para o presidente da RepĂșblica: "Não acho que hĂĄ uma grande resistĂȘncia posta. O projeto estĂĄ tramitando na Comissão de Segurança PĂșblica. Foi tratado de uma maneira até mentirosa por uma pequena parte da imprensa na semana passada, dizendo que eu queria, no meu relatório, transferir essa responsabilidade dos governadores, que corresponde a nomear os comandantes gerais das suas respectivas polĂ­cias para o presidente da RepĂșblica. E não tem isso em nenhum momento no texto. Foi uma matéria que parecia até gozação com quem realmente leu o projeto e entendeu o que estĂĄ lĂĄ. A Ășnica coisa que o projeto cria é um rol de opções mais restrito para o governador escolher [para a posição de comandante da polĂ­cia] e a participação da tropa, apresentando ao governador trĂȘs nomes, para que ele escolha dentre esses trĂȘs nomes, e não da maneira atual, que é muito ampla, o que traz para essa escolha um carĂĄter polĂ­tico muito forte. O que a gente quer é, simplesmente, minimizar isso".

O cabo Junio Amaral ainda comentou sua visão sobre a importância da PM e consequente necessidade de garantir que a tropa possua conexão com seus comandantes, independente de grupos polĂ­ticos escolhidos pela população para comandar os Estados. "A PolĂ­cia Militar é a Ășltima barreira entre a sociedade e o caos. E é a nossa polĂ­cia brasileira uma das melhores do mundo, porque trabalha com as piores condições, não só logĂ­sticas, mas também de retaguarda jurĂ­dica. O presidente Bolsonaro vem tentando mudar isso. Nós temos projetos tramitando na Câmara, mas que enfrentam uma resistĂȘncia muito grande. Por outro lado, na esfera das narrativas, hĂĄ uma imprensa que alimenta esse carĂĄter inimigo da sociedade da polĂ­cia. Isso não existe (?) O governo Bolsonaro tentando trazer uma retaguarda jurĂ­dica maior, outras condições para que a impunidade seja reduzida, e uma imprensa, um meio cultural e os legisladores em maioria navegando na contramão disso, sempre demonizando o trabalho da polĂ­cia. E, enquanto isso, heróis policiais morrendo na ponta da linha e se sacrificando. Todo dia, policiais são condenados por exercer estritamente sua atividade, por causa dessa leniĂȘncia dessa nossa legislação com o crime e dessa falta de retaguarda jurĂ­dica com a atividade", comentou. Para o deputado, a projeto de lei, com a escolha dos comandos-gerais, "também segue no sentido de reduzir essa interferĂȘncia polĂ­tica e dar uma maior tranquilidade, um maior respaldo, para que a tropa da polĂ­cia possa executar o melhor trabalho. É uma das vertentes em que a gente precisa atuar", pontuou.

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