O presidente Jair Bolsonaro (PL) divulgou um vĂdeo em suas redes sociais no qual chama o ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB) de "bandido" e se solidariza com os dois policiais federais feridos pelo ex-parlamentar. Na publicação feita em seu perfil no Twitter, o chefe do Executivo federal também se refere ao aliado como "criminoso". Na manhã deste domingo, 23, agentes da PolĂcia Federal (PF) foram à casa do presidente de honra do PTB, no Rio de Janeiro, cumprir o mandado de prisão expedido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e foram recebidos a tiros pelo petebista, que também arremessou uma granada contra a corporação. "Como determinei ao ministro da Justiça, Anderson Torres, Roberto Jefferson acaba de ser preso. O tratamento dispensado a quem atira em policial é o de bandido. Presto minha solidariedade aos policiais feridos no episódio", diz o mandatĂĄrio do paĂs em uma gravação de 17 segundos. Depois de horas de resistĂȘncia, Jefferson se entregou e foi preso por volta das 19h.
O ministro Alexandre de Moraes revogou a prisão domiciliar de Roberto Jefferson no sĂĄbado, 22, depois que o ex-deputado gravou um vĂdeo com ataques à ministra CĂĄrmen LĂșcia, a quem chamou de "prostituta" e "vagabunda". Por determinação do STF, Jefferson estava proibido de utilizar as redes sociais. Depois da resistĂȘncia e da tentativa de homicĂdio contra agentes da PolĂcia Federal, Moraes expediu novo mandado de prisão em flagrante. No despacho, o magistrado afirmou que a prisão deveria acontecer "independentemente do horĂĄrio", acrescentando que qualquer intervenção de autoridade para retardar a prisão serĂĄ considerado crime de prevaricação.
Pivô do escândalo do Mensalão, Jefferson é investigado no inquérito das milĂcias digitais, que apura a existĂȘncia de uma organização criminosa que teria agido para atentar contra o Estado DemocrĂĄtico de Direito. O petebista tentou ser candidato à PresidĂȘncia da RepĂșblica nas eleições deste ano, mas teve sua postulação indeferida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A decisão atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral Eleitoral (PGE), que sustentou que o ex-presidente do PTB estĂĄ inelegĂvel até dezembro de 2023 – o vice-procurador-geral Eleitoral, Paulo Gonet Branco, argumentou que Jefferson ainda não havia cumprido o prazo de oito anos de inelegibilidade motivado pela condenação a 7 anos de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no Mensalão.
Fonte: Jovem Pan