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Miséria

Na Venezuela, cesta básica custa 28 salários mínimos

Rendimento de trabalhadores e aposentados cobre apenas 3,4% do valor necessário para alimentar uma família


Montagem Imagem: Ricardo Stuckert/AFP

Uma organização independente divulgou um estudo no qual demonstra que na Venezuela são necessários 28,3 salários mínimos para comprar uma cesta básica familiar, suficiente para alimentar cinco pessoas.

Em setembro, segundo estimativas do Centro de Documentação e Análise para os Trabalhadores (Cendas), a cesta básica estava custando US$ 446 (R$ 2,3 mil) em setembro. No Brasil, a título de comparação, a cesta básica do Brasil em setembro custava R$ 663 (US$ 125), correspondente a 55% do salário mínimo de R$ 1.212 (US$ 230).

O salário mínimo fixado pelo governo de Nicolás Maduro em setembro estava em 130 bolívares por mês — cerca de US$ 15,7 (R$ 83). Com isso, mesmo quem ganha o salário mínimo na Venezuela — milhões de trabalhadores, aposentados e pensionistas — conseguiu cobrir apenas 3,4% do custo da cesta básica alimentar.

De acordo com a Cendas, a cesta de alimentos, em setembro, teve queda de 2,8% em relação a agosto, quando a cesta custava US$ 459.

Porém, a inflação acumulada nos primeiros nove meses na Venezuela foi de 111,8%, segundo estimativas do Observatório de Finanças da Venezuela, organização independente formada por especialistas econômicos e ex-deputados.

Devido à inflação galopante e à dificuldade de comprar alimentos, muitos venezuelanos têm migrado para outros países. No Brasil, mais de 85 mil foram acolhidos em programas oficiais do governo federal.

Nos Estados Unidos, mais de 150 mil venezuelanos foram detidos na fronteira entre EUA e México entre outubro de 2021 e agosto de 2022, segundo dados do governo norte-americano.

Reeleito com forte apoio da esquerda latino-americana, o ditador Nicolás Maduro teve, durante a campanha, o ex-presidente brasileiro Luís Inácio Lula da Silva (PT), como aliado de primeira hora. O petista chegou a fazer vídeo apoiando a reeleição de Maduro. A defesa do regime venezuelano, seguiu-se de forma incondicional pelo petista, que chegou a dizer que cabia ao povo venezuelano a decisão sobre a mudança em seu país. Faltou mencionar que em eleições fraudadas, com seus oponentes sendo eliminados da competição, restou ao povo assistir a "tomada de poder" (ou manutenção), por parte do mandatário.

Lula tem defendido inclusive, os empréstimos feitos ao país vizinho, cujo calote aos cofre brasileiros chegaram a R$ 3,45 bilhões.


Com informações da Revista Oeste

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