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Campanha Eleitoral

Nunca foi pauta da campanha o adiamento das eleições, dizem Faria e Wajngarten

A dois dias do segundo turno, aliados de Jair Bolsonaro afirmam que falas sobre mudança do pleito "não ajudam o presidente" e negam interesse em postergação: "Vamos vencer"


Reprodução/Twitter/fabiofaria

A dois dias do segundo turno das eleições de 2022, aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL) e membros da sua campanha à reeleição para a Presidência da República mudam o tom das críticas a respeito dos supostos erros de inserções eleitorais em rádios do Norte e Nordeste. Se antes os discursos falavam em fraudes e defendiam o adiamento da votação, agora, membros da comitiva bolsonarista negam pedidos para postergação do pleito. Nesta sexta-feira, 28, o chefe de comunicação da campanha de Bolsonaro afirmou que não há "qualquer interesse em se discutir o adiamento das eleições". Segundo ele, entre outros motivos, há certeza que o atual presidente vai se reeleger no próximo domingo, 30, o que encerraria o debate. "Tudo o que fizemos foi denunciar um gravíssimo prejuízo à nossa campanha e solicitar a reposição das inserções que nos foram tiradas injustamente", exaltou em mensagem no Twitter, onde fala em "reestabelecer a verdade". O ex-secretário também negou que haja arrependimentos das denúncias feitas na última segunda-feira. "Apenas lamentamos que um tema técnico escalasse para uma discussão política na qual pessoas externas à campanha insinuaram o adiamento", concluiu.

O ministro das Comunicações, Fabio Faria, também falou sobre o assunto na rede social, reforçando que a postergação das eleição "nunca foi pauta do presidente e nem da campanha". "Vamos vencer o PT no domingo. Quem falou desse assunto não ajuda o presidente, que sempre esteve confiante e só queria recompor as inserções de rádio e foi esse o objetivo do partido", concluiu. Apesar da afirmação de Faria e Wajngarten, um dos maiores defensores do adiamento do pleito nos últimos dias foi o deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do presidente da República e um dos coordenadores da sua campanha à reeleição. Em entrevista à BNews TV, da Bahia, nesta quinta-feira, 27, Eduardo chegou a mencionar que "se for dado direito de resposta [a Bolsonaro pelas supostas inserções a menos], será necessário adiar as eleições deste ano". O adiamento também chegou a ser solicitado pelo senador Lasier Martins (Podemos-RS) – apoiador do presidente da República. "Para restabelecer a equidade nas eleições, é preciso tempo e investigação profunda. Adiar a eleição é a única solução!", disse Lasier em entrevista à Rádio Guaíba, do Rio Grande do Sul.

Relembre o caso

Na última segunda-feira, 24, Fábio Faria e Fabio Wajngarten afirmaram, em coletiva de imprensa, que diversas inserções da campanha do presidente Jair Bolsonaro deixaram de ser veiculadas em rádios do Norte e do Nordeste. Segundo eles, uma auditoria contratada pela campanha bolsonarista teria identificado que o atual mandatário teve 154.085 inserções a menos que seu concorrente. "Só no Nordeste, na semana de 7 a 14 de outubro, foram 12 mil inserções a menos. E na semana seguinte, dos dias 14 a 21, foi para mais de 17 mil. O lugar mais forte disso é o Estado da Bahia. Só na primeira semana, foram mais de 7 mil a mais para Lula", defenderam. Segundo Faria e de Wajngarten, a região mais afetada foi o Nordeste, com 18,24% menos inserções que Luiz Inácio Lula da Silva, candidato do Partido dos Trabalhadores.

Após as denúncias, o presidente da República apresentou requerimento ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pedindo a "imediata suspensão da propaganda de rádio" da campanha de Lula. Em resposta, o presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, se manifestou, afirmando que as acusações são "extremamente graves" e determinou que a equipe jurídica do presidente apresentasse, em 24 horas, "provas ou documentos sérios" que corroborem a alegação de fraude, sob pena instauração de inquérito para apuração de crime eleitoral. Na terça-feira, a campanha de Bolsonaro entregou à Corte Eleitoral um link do Google Drive com os dados sobre as supostas fraudes, citando oito emissoras de rádios. Entretanto, os veículos alegam atrasos da própria campanha do presidente para envio dos materiais eleitorais, o que teria causado a irregularidade. Parte das emissoras também afirmam ter procurado o Partido Liberal (PL) solicitando a regularização dos envios.

Jovem Pan

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