O espécime foi flagrado nadando a 500 m de profundidade pela equipe do biólogo marinho George Matsumoto, especialista sênior no Instituto de Pesquisa do Aquário de Monterey Bay (MBARI), na Califórnia.
Segundo ele, essa espécie, de nome científico Lampocteis cruentiventer, é facilmente encontrada em todo o litoral do Oceano Pacífico e também já foi vista na costa atlântica. "Nós vemos essa criatura na maioria dos nossos mergulhos ROV [sigla em inglês para veículo subaquático operado remotamente] então eu diria que eles são relativamente comuns", disse Matsumoto ao site Newsweek.
Tecnicamente conhecidas como ctenóforos, todas as geleias-de-pente têm oito bandas ou fileiras de pequenas estruturas chamadas cílios, que batem continuamente, impulsionando o animal através da água. Quando a luz atinge esses cílios em movimento, ela refrata de tal forma que produz um arco-íris cintilante.
De acordo com Matsumoto, a geleia-do-pente-sangrento representa uma família e gênero inteiramente independente de ctenóforos. "Elas são lindas — mas isso está nos olhos de quem vê, e eu posso ser um pouco tendencioso", disse o pesquisador, que fez parte de uma equipe de cientistas que descreveu a espécie pela primeira vez há cerca de 20 anos. "É provável que haja mais espécies a serem descobertas neste gênero, pois temos visto alguma diversidade na coloração e na estrutura do canal".
A alimentação desses animais, que podem atingir até 15 cm de comprimento, não é muito conhecida, mas os cientistas sabem que muitas das criaturas do fundo do mar que este animal relativamente primitivo come são responsáveis por sua bioluminescência.
Embora possa parecer que sua coloração e brilho sejam atrativos para predadores, há uma razão por trás da evolução dessas características. Vermelho é o primeiro comprimento de onda de luz absorvido à medida que se desce para o mar profundo. Assim, nessas regiões, geleia-do-pente-sangrento parecem pretas, o que as torna praticamente invisíveis dada a escuridão de seus arredores.
Normalmente, a cor geral do animal pode variar de transparente a âmbar e vermelho profundo. A barriga, no entanto, é sempre vermelho-sangue.
O MBARI mantém exemplares dessa criatura em cativeiro, sendo o primeiro aquário dos EUA a exibir o fascinante animal. "Isso tem sido um desafio porque eles são incrivelmente frágeis e sensíveis aos níveis de temperatura e oxigênio", disse Matsumoto. "O fato de o Aquário ter sido capaz de exibi-los em cativeiro é realmente excepcional".
Fonte: Olhar Digital