O procurador da República Paulo Roberto Galvão de Carvalho, do Ministério Público Federal (MPF) em Brasília, pediu nesta quinta-feira, 3, à Polícia Federal (PF) a abertura de inquérito para investigar a conduta do ex-campeão mundial de fórmula 1, Nelson Piquet, que sugeriu a morte do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante manifestações antidemocráticas conduzidas por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) que contestam o resultado das eleições deste ano. Em vídeo que circula nas redes sociais, Piquet completa o lema "Brasil acima de tudo, Deus acima de todos", com a frase "Lula no cemitério" seguida por xingamentos. O MPF considerou que as falas do piloto tiveram a intenção de "incitar a prática de atos concretos de violência contra o governante eleito". O procurador Galvão de Carvalho determinou que a PF colha o depoimento de Piquet. "As declarações proferidas por Nelson Piquet, em análise preliminar, aparentam não se limitar a meras expressões de opinião a respeito do governo eleito – situação em que seriam constitucionalmente asseguradas -, podendo constituir de forma concreta formas de incitação dirigida à população em geral, voltadas tanto à prática de violência contra o candidato eleito, assim como à animosidade entre as Forças Armadas e os poderes constituídos", escreveu o procurador. No despacho, Galvão de Carvalho ainda considera que as falas de Piquet poderiam incitar a deposição do governo eleito. O piloto xingou Lula na gravação e disse que os manifestantes iriam tirar o presidente disso (Presidência). O procurador cita que parte dos manifestantes defende a intervenção das Forças Armadas para impedir a diplomação e a posse do petista.
Resta saber, onde estavam estes procuradores, nos últimos 4 anos, em que as falas de jornalistas, ou mesmo de colegas no Ministério Público, incitando a morte do Presidente Bolsonaro. Parece estar claro o duplo padrão, usando dois pesos e duas medidas.
Com informações do Estadão Conteúdo e Jovem Pan
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