Ações da Petrobras caem cerca de 5% em meio a incertezas sobre dividendos

Empresa anunciou distribuição de lucros no valor de R$ 3,3489 por ação, mas medida por ser impedida pelo TCU e o próximo governo

Por Trago Verdades em 04/11/2022 às 17:02:30

Tânia Rêgo/Agência Brasil

Após começar o dia em alta, as ações da Petrobras entraram em queda no Ibovespa, chegando a uma baixa de 4,74% às 15h56 desta sexta-feira, 4. Durante o dia, o valor chegou a ultrapassar -5,14%. O mau desempenho vem depois de incertezas cercarem o futuro dos dividendos oferecidos pela empresa. Anteriormente, a empresa divulgou a distribuição de dividendos aos acionistas no valor de R$ 3,3489 a cada ação preferencial e ordinária em circulação no mercado. A expectativa de que a gestão do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mude a estratégia da Petrobras gerou receio nos investidores. O banco de investimentos Goldman Sachs chegou a mudar sua recomendação de "compra" para "neutro" em relação aos ativos da petroleira, mesmo com ela apresentando bons resultados na bolsa de valores. Analistas do banco avaliaram que os próximos anos devem trazer um aumento de incerteza nas políticas a serem adotadas pela companhia, com a mudança de governo. "Os pagamentos de dividendos têm sido um foco dos investidores de petróleo, enquanto o presidente eleito e outros funcionários mencionaram sua intenção de diminuir o pagamento de dividendos e promover investimentos em refino e energias renováveis, onde a Petrobras não tem um histórico significativo", avaliaram. Lula pretende concentrar o trabalho da Petrobras em gerar segurança energética e investir no fundo social do pré-sal. Além disso, o procurador-geral Tribunal de Contas da União (TCU), Lucas Furtado, entrou com uma representação para suspender o pagamento dos dividendos até que o tribunal analise se o valor de R$ 43 bilhões está disponível no caixa da empresa. A justificativa é de que a Petrobras deseja distribuir os lucros sem o balanço fechado, o que poderia gerar risco às contas públicas. Com essa estratégia, a petroleira usa dinheiro do Tesouro do próximo governo, ao invés de utilizar os recursos da gestão atual. Segundo o documento, "há risco à sustentabilidade financeira e esvaziamento da disponibilidade em caixa da estatal".

Fonte: Jovem Pan

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