Fusão Nuclear: Guerra da Ucrânia acelera busca pela tecnologia

A redução de gás distribuído pela Rússia no continente europeu, fez com que a discussão sobre a fusão nuclear mudasse

Por Trago Verdades em 10/11/2022 às 07:43:24

Desde de 2021, as tensões entre os antigos paĂ­ses soviéticos vem cada dia tornando-se pior. A intensificação da Guerra da Ucrânia expôs a Europa a uma crise energética que assola o continente atualmente. Com a redução da RĂșssia no envio de gĂĄs para seus vizinhos, o desenvolvimento de uma fonte de energia independente da geopolĂ­tica tornou-se urgente. A fusão nuclear figura entre umas das melhores opções para resolver esse problema.

A RĂșssia é responsĂĄvel pelo abastecimento do gĂĄs de 40% da demanda da União Europeia. A redução no envio de gĂĄs natural pelo paĂ­s, que é o maior exportador no segmento, acelerou a busca por energia vinda da fusão nuclear. Em resposta a Newsweek, Megan Wilson, diretora de estratégia e marketing da General Motors disse que a situação é um aviso de como a fusão nuclear é essencial, "Como o conflito russo causa altos preços de energia e escassez de energia na Europa, estamos vendo um aumento no interesse pela fusão em um momento em que o interesse na fusão jĂĄ é alto".

O que a fusão nuclear tem de tão boa?

O processo de fusão nuclear consiste em forçar dois nĂșcleos atômicos a se unirem sob condições intensas, assim criando um Ășnico nĂșcleo mais pesado. Contudo, sua massa não é igual à soma das massas dos nĂșcleos originais, de modo que o peso que "sobrou" se converte em energia. Esse processo ocorre no Sol, onde nĂșcleos de hidrogĂȘnio fundem-se a todo momento em ĂĄtomos de hélio. A "sobra" da reação libera cerca de dois milhões de vezes mais energia do que a liberada por fissão de ĂĄtomos. Comparada a Itaipu, 3 kg de hidrogĂȘnio produziria a mesma energia produzida pela usina em um dia.

A fusão nuclear também é vantajosa devido a facilidade em conseguir ĂĄtomos de hidrogĂȘnio e por não trazer prejuĂ­zos ao meio ambiente. O método além de não emitir carbono, produzir lixos tóxicos e insumos radioativos também possui baixĂ­ssimos riscos de explosão e contaminação. Entretanto, desenvolver um reator que produz menos energia do que é consumida é um desafio para a fusão nuclear.

Segundo Wilson, o setor privado é um dos maiores investidores da tecnologia. De acordo com uma pesquisa feita pela Fusion Industry Association, em julho deste ano, o setor privado levantou mais de 4,7 bilhões de dólares em pesquisas do que no Ășltimo ano. Muitos paĂ­ses como a China e até mesmo a RĂșssia tem trabalhado na busca de energia a partir da fissão nuclear. A previsão é que ainda nas próximas duas décadas essa tecnologia jĂĄ esteja disponĂ­vel para abastecer nossas casas.


Fonte: Olhar Digital

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