Em evento da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados (Abad), o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (Progressistas), não disse se já conversou com o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O político foi perguntado sobre diálogos e encontros com o petista, mas desviou do questionamento. No evento, o deputado conversou sobre a PEC da Transição, afirmou que ela está posta no que classificou como "anteprojeto", mas que é precipitado falar sobre o mérito da proposta: "A PEC está posta num anteprojeto. Deverá começar a tramitar pelo Senado, não tem ainda o projeto, não tem ainda o texto, não tem ainda as assinaturas. O que nós temos é um tempo exíguo de praticamente 17 ou 20 dias úteis para discutir um texto desse". No painel, a mesa de debates também contou com a presença dos deputados Efraim Filho (União Brasil) e Domingos Savio (PL), além do presidente da Abad, Leonardo Miguel Severini.
Durante a conversa, Lira reiterou que o Congresso Nacional vai manter a coerência: "O que não vai faltar é coerência. Seja de um lado, seja do outro. Nós apanhamos muito de uma parte considerável da imprensa quando nós discutimos no Congresso Nacional o aumento dos R$200 no Auxílio Brasil. E isso se mostrou evidentemente necessário pelo momento em que os mais vulneráveis passavam no Brasil". O presidente da Câmara também defendeu a discussão sobre a legalização do lobby no país: "É importante que a sociedade, as categorias e os setores, além de se fazerem presentes diariamente na Câmara, porque por lá quase tudo começa, tenham a altivez de se sentir representados, a força de ter uma voz presente lá defendendo um setor além dos parlamentares que por um acaso se identificam".
Arthur Lira também comentou a estrutura política do Brasil e destacou que o número de partidos tem diminuído nos últimos anos e que deve afunilar ainda mais. O deputado acredita que com essa redução a posição ideológica das legendas ficarão mais claras para o eleitor que, segundo Lira, deposita um voto "personificado" e não pelas ideias de uma sigla: "Nós tínhamos 28 partidos capacitados para atuar no Congresso Nacional, hoje temos 13. E eu não tenho dúvidas que esse modelo permanecerá pra que em 2026 tenhamos 7 ou 8. Aí ficarão claras as posições dos partidos, alguns de esquerda, alguns de direita e alguns de centro. O eleitor vai se identificar com muito mais clareza partidariamente".
Fonte: Jovem Pan