Sparrow é o primeiro robô da Amazon capaz de detectar, selecionar e manipular produtos de maneira individual nos armazéns da empresa. Para fazer suas tarefas, ele usa visão computacional e inteligência artificial.
Se você quer ter uma ideia do impacto que ele pode trazer, no ano passado, os funcionários da empresa manipularam cerda de 5 bilhões de pacotes em todo o mundo – ou seja, mais de 13 milhões de pacotes por dia.
Segundo um comunicado da empresa, esse robô melhora significativamente o manuseio de itens nas operações. "Trabalhando com nossos funcionários, Sparrow assumirá tarefas repetitivas, permitindo que nossos funcionários concentrem seu tempo e energia em outras coisas, além de promover a segurança", escreveu.
No entanto, o lançamento do novo robô da Amazon, feito no início de novembro, foi ofuscado por crises dentro da empresa. Afinal, no mesmo mês, a gigante do e-commerce anunciou demissões e congelou novas contratações como parte de seu plano de corte de custos.
Em resumo, Sparrow é uma tentativa de substituir os catadores humanos. Atualmente, o robô consegue lidar com cerca de 65% dos itens guardados em um depósito típico da empresa, entre livros de capa dura a garrafas com líquidos.
Normalmente, as unidades de acionamento robóticas transportam prateleiras altas para os funcionários. Esses trabalhadores, por sua vez, escolhem os itens dessas prateleiras e os jogam em caixas. Dali, essas caixas são transportadas para serem embaladas e preparadas para entrega em outro lugar do armazém.
No novo sistema, ao invés de ficarem armazenados em prateleiras, os itens são guardados em caixas de plástico que ficam sobre as unidades de acionamento. Sparrow será capaz de encontrar e colocar essas caixas na frente dos humanos, a altura ergonômica, tornando a coleta de itens menos trabalhosa.
Neste ano, além do Sparrow, a Amazon já revelou outros três robôs. Robin e Cardinal trabalham na classificação de pacotes, enquanto Proteus pode levantar e mover carrinhos grandes e pesados (com cerca de 360 quilos) de forma totalmente autônoma.
A Amazon fala sobre seu programa de robótica como parte da solução para reduzir taxas de lesões e rotatividade em seus armazéns. "Os robôs são bons em tarefas repetitivas e levantamento de peso – quero automatizar tarefas mundanas e repetitivas", diz Tye Brady, tecnólogo-chefe da Amazon Global Robotics.
Segundo a empresa, o uso de robôs e de tecnologia nas operações criaram mais de 700 novas categorias de empregos. Por isso, no seu discurso, ela afirma que "apoiar [os] funcionários e ajudá-los a fazer a transição e avançar em suas carreiras (?) é uma parte importante de como continuaremos a inovar".
Apesar das melhorias que o sistema robótico da Amazon traz, existe a preocupação de que a automação da empresa agrave as demissões – basta lembrar que seu CEO, Andy Jassy, já anunciou que elas devem continuar em 2023.
Ainda assim, os esforços da Amazon em reduzir sua dependência de humanos pode ser fundamental para a viabilidade das operações da empresa no futuro. Por exemplo, desde 2012 foram contratados mais de um milhão de funcionários para trabalhar em seus armazéns.
Diante disso, esses novos tipos de automação podem representar – um dia – a economia em bilhões de dólares em salários e benefícios. Além disso, pode significar menos dor de cabeça, já que máquinas não convocam greve, como fizeram trabalhadores da empresa em mais de 40 países em plena Black Friday.
Por enquanto, Sparrow ainda está em fase experimental. Para que a empresa continue trabalhando nele, porém, será necessário que ele prove seu valor e não seja descontinuado por conta dos cortes que também chegarão à divisão de robótica da Amazon – que serão de 2% dos trabalhadores dessa divisão, segundo um porta-voz da empresa ouvida pelo WSJ.
Fonte: Olhar Digital